Juventude Negra na pegada da transgressão como prática de liberdade: perspectivas e abordagens etnomusicológicas

  • Leonardo Moraes Batista Universidade Federal do Rio de Janeiro http://orcid.org/0000-0002-4290-8100
  • Thamara Collares do Nascimento Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
  • Danilo Cunha de Jesus dos Santos Programa de Pós-Graduação Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II (PROPGPEC)
  • Acsa Braga Costa Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ
  • Victor Hugo Costa Cantuaria da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Palavras-chave: BATEKOO. Práxis sonora. Etnomusicologia. Movimento Negro. Juventude Negra LGBTQIA .

Resumo

O artigo discute perspectivas, caminhos e percursos de uma pesquisa etnomusicológica desenvolvida por jovens negros/as sobre suas experiências estéticas – sonoras, imagéticas e corpóreas –, enquanto pesquisadores e praticantes a partir de uma das ações da plataforma BATEKOO – a festa. O texto discute a questão racial que persegue a juventude negra colocando-a em lugar de subalternidade e extermínio por meio da ação necropolítica. Destaca-se percursos de pesquisa etnomusicológica desses jovens como abordagens possíveis em dias de destruição. Defende as ações que essa plataforma desenvolve enquanto mediações das concepções do Movimento Negro. São apontadas possíveis maneiras de realização de um trabalho colaborativo, participativo, engajado e político, através de uma abordagem que realiza a etnografia das práticas musicais da/na festa por aqueles/as que não são mais objetos de pesquisa, e sim autores de seus próprios percursos. Este artigo é uma aposta e se utiliza de perspectivas étnico-raciais enquanto debate político-metodológico-epistemológico mediado por discussões e abordagens que transgridem o eixo acadêmico branco-hetero-patriarcal-burguês e libertadoras da condição racial por meio de estudos do campo da Etnomusicologia como mecanismo de ação contra o racismo, neofascismo e o neoliberalismo.

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Biografia do Autor

Leonardo Moraes Batista, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Licenciado em Música (2012) e Especialista em Educação Musical (2014) pelo Conservatório Brasileiro de Música (CBM-CeU). Mestre em Educação Musical (2015) e Doutorando em Etnomusicologia (2018) e integrante do Laboratório de Etnomusicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sendo o Grupo de Estudos e Pesquisa Etnomusicológica Negô - espaço de atuação. É docente na Especialização em Educação Musical do CBM-CeU e é líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Musical GEPEM/Fladem Brasil/CBM-CeU, com ênfase em pesquisas que tratam de abordagens relacionadas à formação docente, aos estudos decoloniais e interculturais, com projeto de pesquisa intitulado - Música, Cultura, Educação: pensando a Educação Musical nos/dos/com os múltiplos espaços de ensinoaprendizagem. É membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). É membro e Presidente da Seção Nacional do Fórum Latino Americano de Educação Musical (FLADEM) Fladem Brasil, na gestão 2017-2020. Tem interesse nas seguintes áreas de investigação: educação musical, etnomusicologia, educação, arte educação e seus desdobramentos, tais como: decolonialidade, interculturalidade, diversidade cultural, cultura, relações étnico-raciais, formação de professores e políticas de educação brasileira.
Thamara Collares do Nascimento, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
É mulher preta, moradora da Penha, no Rio de Janeiro, estudante de pedagogia da UNIRIO e tem 23 anos. É apaixonada por danças que envolvem sua cultura e seus ancestrais. O envolvimento com produção musical está cada vez mais se tornando uma das atividades de sua vida e isso faz crescer o interesse em pesquisar sobre os movimentos que façam parte das identidades da negritude e do reconhecimento/fortalecimento como mulher negra periférica. É pesquisadora do Grupo de Pesquisa Negô.
Danilo Cunha de Jesus dos Santos, Programa de Pós-Graduação Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II (PROPGPEC)
Danilo Cunha é nascido no Jardim Gramacho, Baixada Fluminense, pertencente à diáspora caixiensse. É Professor de História recém formado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), deslumbrado com a antropologia urbana, sonora e obcecado por pichações. Preto, pós-graduando em relações étnico raciais no PROPGPEC - Colégio Pedro II. Pesquisador no Grupo de Pesquisas Negô.
Acsa Braga Costa, Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ
É graduanda em Letras pela UERJ e produtora e criadora de conteúdo criativo na marca QutruaHumppê. Filha mais velha de Professora e Músico negros. A estudante reside na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro/ RJ. Através da marca onde atua,  cria, produz e ressignifica a moda, com intuito de fazê-la acessível a quem de fato inspira as grandes marcas: a rua, e por quem nela transita. Sendo um dos “As”, de uma família preta, suburbana, descobriu como ideal de vida o avanço e restituição do povo preto. E tem levado essa vocação em tudo que se propõe a fazer. É pesquisadora no Grupo de Pesquisa Negô.
Victor Hugo Costa Cantuaria da Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Victor Canturária é filho de Saraí da Silva Costa e de Humberto Cantuaria da Silva, cariocas de berço, filhos do samba por tradição e meu contato primeiro com música vem dessa expertise. A criança "viada" que nasceu e cresceu frequentando escolas de samba. Hoje, é bacharelando em dança (UFRJ) e CEO de uma produtora de conteúdo, musical e audiovisual (Outro Nível). Bailar, tocar, cantar, experiências estéticas que tenho em minha vivência e que reconfiguram-me a cada contato, pesquiso assim vida, vida preta presente em espaços como uma escola de samba, vide a Batekoo. Sou pesquisador no Grupo de Pesquisa Negô.
Publicado
2021-06-29