A COVID-19 E O CAPITALISMO NA CARNE
Resumo
Crescentes taxas de infecção com o novo coronavírus, registradas entre trabalhadores da indústria da carne, seus familiares e comunidade, resultou na suspensão de atividades de diversos estabelecimentos do setor no sul do Brasil. Se frigoríficos e abatedouros não podem ser considerados exatamente seguros, por que os riscos contra a saúde, a moralidade e a civilidade costumam ser representados pela carne não regulamentada de mercados úmidos considerados exóticos? Neste trabalho, queremos mostrar que estas criações intensivas e sua indústria de processamento tece uma miríade de encontros íntimos entre humanos, animais resíduos químicos e orgânicos altamente tóxicos em relações de trabalho precarizado. Convivência, afeto, risco e morte estão o tempo todo implicados. Em nosso argumento, a supervalorização de narrativas exóticas sobre o consumo de animais silvestres oblitera o modo como o capitalismo da carne processada em alta escala molda relações nocivas entre humanos, animais e ambientes.Copyright (c) 2020 Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia
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