Manguebeat e Arqueologia: Será Que dá “Samba Aqui”? Um Ensaio Etnoarqueológico Por Ontologias Relacionais

Palavras-chave: Sambaquis, Manguezal, Etnohistória, Etnobiologia, Etnoarqueologia

Resumo

ResumoO ritual tem sido um dos temas explorados pelos estudos de sambaquis dos últimos anos e as ideias advindas da arqueologia pós-processualista têm contribuído para dar destaque ao campo imaterial dos sambaquis. Neste trabalho, apresentaremos uma análise sobre o histórico das pesquisas sobre os sambaquis no Brasil e novas perspectivas interpretativas, embasadas nos campos do neomaterialismo, comensalidade e ontologias relacionais (animistas). Enfim, buscamos a compreensão dos sambaquis através de uma etnoarqueologia que incorpore prismas relacionais, e demais contribuições advindas da etnobiologia e etnohistória. As relações intersubjetivas entre caranguejo e humano no manguezal são as nossas chaves para isso. Propomos aqui uma percepção do ambiente que observe a paisagem em sambaquis a partir de uma perspectiva relacional, não-antropocêntrica, isto é, com multiplicidade de agentes, humanos e não-humanos. Nesse caminho, com o auxílio de ontologias indígenas e o acesso a fontes etno-históricas, buscamos compreender os modos de vida humanos, e os rituais de morte, desenvolvidos nos sambaquis, nas relações intersubjetivas entre os caranguejos e comensais com o manguezal. AbstractThe ritual has been one of the themes explored in the studies of sambaquis (shellmounds) in recent years and the ideas coming from post-processualist archaeology have contributed to highlight the immaterial field of sambaquis. In this work, we will present an analysis about the history of research on sambaquis in Brazil and new interpretative perspectives, based on the fields of neomaterialism, commensality and relational ontologies (animists). Finally, we seek to understand the sambaquis through an ethnoarcheology that incorporates relational prisms, and other contributions coming from ethnobiology and ethnohistory. The intersubjective relationships between crab and human in the mangrove are our keys to this. We propose here a perception of the environment that observes the landscape in sambaquis from a relational, non-anthropocentric perspective, that is, with a multiplicity of agents, human and non-human. In this way, with the help of indigenous ontologies and access to ethno-historical sources, we seek to understand the human ways of life, and the death rituals, developed in the sambaquis, in the inter-subjective relations between the crabs and diners with the mangrove.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2022-06-30
Seção
Dossiê: O Papel do Atlântico no Povoamento Indígena da América do Sul