O Parlamento e o Trabalho Feminino Tupinambá na Construção e Manutenção do Empreendimento França Equinocial (1594-1615)
Resumo
Resumo A experiência francesa configura-se como um tema controverso na historiografia brasileira e ao mesmo tempo instigante. A análise deste histórico episódio esteve durante décadas desatenta ao protagonismo indígena na construção e manutenção do projeto França Equinocial e ao processo de formação do território Maranhense. Pretendo, neste artigo, explorar o projeto franco-ameríndio, analisando as negociações entre os indígenas e os franceses, conferindo ênfase às agências dos primeiros, demonstrando, por meio da leitura de crônicas de viagens, como os nativos, por seus saberes, eram atores de suas próprias histórias e não apenas subjugados pelas ações dos europeus. A análise das narrativas visibiliza que a empresa francesa se manteve, mesmo que breve, em virtude da colaboração dos Tupinambá e na permanência de alguns elementos da cultura indígena, entre eles o parlamento/assembleias e os enlaces matrimoniais que davam acesso ao trabalho feminino. E ainda, que os nativos não aceitaram passivamente a imposição unilateral de um novo modo de vida, estiveram conscientes de que os portugueses eram inimigos dos franceses, e desse modo, criaram estratégias que impôs limites ao projeto colonial dos parisienses. Abstract The French experience is a controversial topic in Brazilian historiography and, at the same time, an instigating one. The analysis of this historical episode was, for decades, inattentive to the indigenous role in the construction and maintenance of the França Equinocial project and to the process of formation of the Maranhense territory. In this article, I intend to explore the Franco-Amerindian project, analyzing the negotiations between the indigenous and the French, emphasizing the agencies of the former, demonstrating, through the reading of travel chronicles, how the natives, through their knowledge, were actors of their own histories and not just overwhelmed by the actions of the Europeans. The analysis of the narratives shows that the French company remained, even if briefly, due to the collaboration of the Tupinambá and the permanence of some elements of indigenous culture, including the parliament/assemblies and the matrimonial links that gave access to female work. And yet, that the natives did not passively accept the unilateral imposition of a new way of life, they were aware that the Portuguese were enemies of the French, and thus created strategies that imposed limits on the colonial project of the Parisians.Downloads
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