TERRITÓRIO FEITO À MÃO: O ARTESANATO COMO EXPRESSÃO IDENTITÁRIA EM COMUNIDADES REMANESCENTES QUILOMBOLAS

Palavras-chave: Artesanato, Território, Comunidades Remanescentes Quilombolas

Resumo

No globalizado mundo contemporâneo, a valorização de especificidades territoriais se tornou fundamental para a afirmação dos grupos sociais frente à alteridade. Ao considerarmos o artesanato como o resultado de uma atividade produtiva que alia destreza manual com criatividade, por vezes perpassando gerações, o saber-fazer artesanal pode ser representativo de uma expressão identitária vinculada ao território de origem. As comunidades remanescentes quilombolas possuem forte identificação cultural, que muitas vezes não é traduzida para os consumidores de seus produtos. Neste cenário, o presente artigo discorre sobre potencialidades do acionamento do artesanato como expressão de identidade territorial em duas comunidades quilombolas do Centro Serra do Rio Grande do Sul, Júlio Borges (Salto do Jacuí) e Linha Fão (Arroio do Tigre). Metodologicamente, adotou-se princípios da pesquisa-ação, tendo o estudo de caso como procedimento e recorrência à observação participante, entrevistas abertas e rodas de conversa. Por fim, ressaltamos a relevância de se aprofundar a reflexão sobre o artesanato identitário, trazendo visibilidade a saberes e fazeres que vêm recebendo renovada atenção no contexto atual de expressivo apreço pelo consumo de bens culturais.

Biografia do Autor

Carolina Iuva de Mello, Universidade Federal de Santa Maria
Bacharel em Design com doutorado em Extensão Rural. Professora do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal de Santa Maria.
José Marcos Froehlich, Universidade Federal de Santa Maria
Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2002). Professor Titular da Universidade Federal de Santa Maria.
Publicado
2022-12-19
Seção
Dossiê "Artesanatos e Territórios"