"Te desse bem na pesca, acho que bebesse água de bateira”: conexões multissensoriais com o mundo das pescadoras na pesca lagunar no RS

Resumo

Este artigo propõe apresentar reflexões sobre experiências e aprendizagens em pesquisa alicerçada em dedicar atenção às coisas se conectando com o mundo através da vivência incorporada/encarnada (INGOLD, 2010). A pesquisa etnográfica que proporcionou esta experiência, foi realizada com pescadoras embarcadas da pesca artesanal no sistema lagunar-costeiro no sul do Rio Grande do Sul. Pescadoras e pescadores artesanais aprenderam a pesca, observando, fazendo e criando a partir da vivência em seus ambientes terrestres e aquáticos e com os outros - humanos e não-humanos. Trazendo isso para o trabalho de campo foi necessária uma compreensão sobre como as pescadoras fazem a pesca. Desde os primeiros contatos, restou evidente que para compreender a pesca praticada por mulheres seria fundamental compreender o mundo delas na pesca, que incluía, obviamente, estar lá – de corpo e alma - na navegação e nas pescarias, a partir do engajamento sensorial corporal da pesquisadora nas mesmas situações vividas e praticadas pelas pescadoras.

Biografia do Autor

Liza Bilhalva Martins, Universidade Federal de Pelotas/UAB/Professora Formadora I

Doutoranda junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Mestra em Antropologia - Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural (Universidade Federal de Pelotas/UFPel) e Bacharela em Antropologia - Linha de Formação em Antropologia Social e Cultural (UFPel). Desenvolve pesquisas em antropologia, educação ambiental, pesca artesanal, gênero, mulheres e trabalho, populações costeiras e saberes tradicionais, relações humanos e não humanos, cultura e patrimônio, rural e urbano, buscando perspectivas de aproximação entre antropologia, educação, ambiente e comunidades.

Publicado
2025-10-31