IDENTIDADE E TERRITÓRIO: SAGA, CONSTRUÇÃO E SITUAÇÃO DE ETNICIDADE ENTRE AGRICULTORES FAMILIARES (PA BELO HORIZONTE – PARÁ – BRASIL)

  • Luiza Nazaré Mastop-Lima Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
  • Jane Felipe Beltrão Universidade Federal do Pará
Palavras-chave: agricultura familiar, autonomia, etnodesenvolvimento, identidade, etnicidade

Resumo

Reflete-se sobre a saga dos agricultores familiares do Projeto de Assentamento Belo Horizonte (PA BH), localizado no Sudeste do Pará, para “manter” a identidade coletiva e construir um território “de agricultura familiar” no assentamento em que vivem há 30 anos. A trajetória produtiva escolhida pelas famílias assentadas, o auge dos sistemas de produção, seu declínio, assim como a implantação de atividades produtivas alternativas, retratam a dinâmica de construção da identidade e do território pelos agricultores. A busca do restabelecimento de um sistema produtivo diversificado, da territorialidade e da correspondente identidade, fazem-nos refletir sobre como o grupo neste processo de construção se coloca em situação de etnicidade para lutar pelo reconhecimento e valorização da diferença frente a políticas públicas universalizantes, na diversidade sociocultural no Território Sudeste Paraense.  A análise baseia-se em experiências de intervenção direta junto ao grupo, entrevistas com pessoas-chave (protagonistas dos eventos), observação direta e na noção de etnodesenvolvimento.

Biografia do Autor

Luiza Nazaré Mastop-Lima, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (1999) e mestrado em Antropologia pela Universidade Federal do Pará (2002). Atualmente é professor Assistente I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), lotada no Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrário e Regional (IEDAR), Campus Universitário de Marabá, Faculdade de Ciências Agrárias de Marabá (FCAM), atuando no curso de Agronomia; doutoranda no Programa de Pós-Graduação Antropologia, da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de Etnologia indígena e Antropologia Rural, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão com povos indígenas e sociedades rurais no Território Sudeste do Pará, principalmente nos temas: conhecimentos tradicionais, identidade, identidade étnica, gênero e organizações sociais.
Jane Felipe Beltrão, Universidade Federal do Pará
Mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB) e doutor em História pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente associado, exercendo atividades junto a Universidade Federal do Pará (UFPA) lotada no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas com atuação nos programas de pós-graduação em Antropologia e em Direito. Vice-presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) biênio 2015/2016. Forma e orienta novos profissionais nas áreas de Antropologia, Direito e Saúde dentro de perspectiva interdisciplinar. Coordena projetos de pesquisa de faces interdisciplinares e ênfase nas áreas de Antropologia, História e Direito, entre povos tradicionais indígenas e não indígenas, dialogando a partir do campo da educação, da saúde e dos direitos diferenciados, com os necessários recortes de gênero e etnicidade, de educação e cidadania e, particularmente, de direitos humanos e étnicos. Trabalha com outros profissionais com quem publica sistematicamente, inclusive, textos didáticos para utilização em cursos de formação de professores e no quotidiano escolar. Trabalha com patrimônio histórico e antropológico com ênfase em coleções etnográficas e na elaboração de vistorias e laudos antropológicos.
Publicado
2015-06-22
Seção
Dossiê Especial: "Territórios Tradicionais, Impactos Socioambientais e Patrimônio Cultural na América Latina"