PLANTAS EXÓTICAS, POPULAÇÕES NATIVAS: HUMANOS E NÃO HUMANOS NA PAISAGEM DE UMA UC DE PROTEÇÃO INTEGRAL

  • Annelise Caetano Fraga Fernandez PPGCS/UFRRJ
  • Rogério Ribeiro de Oliveira
  • Marcia Cristina de Oliveira Dias
Palavras-chave: paisagem, humanos e não humanos, populações nativas, populações tradicionais, unidades de conservação, conflitos socioambientais

Resumo

O presente artigo descreve a paisagem agrícola e florestal de uma  unidade de conservação de proteção integral -  o Parque Estadual da Pedra Branca-,  levando em conta as disputas territoriais que se estabelecem entre espaços de produção e de conservação da natureza.  Nossa intenção é fornecer novos referenciais de interpretação da paisagem a partir de princípios socioambientais e da agrobiodiversidade que resgatam o papel do manejo humano sobre a natureza, na domesticação de plantas e animais e para a produção de variedade das espécies. O reconhecimento dos processos de co-evolução das sociedades humanas com o meio natural nos oferece um convite à colaboração interdisciplinar e a superação de fronteiras antes rigidamente estabelecidas entre as ciências naturais e as ciências humanas. Permite também a construção de um plano mais horizontal de relacionamento entre a produção do conhecimento científico aquele produzido pelas populações locais. Defendemos que embora existam critérios objetivos para a classificação de humanos e não humanos que podem ou não permanecer em UCs, em ambos os casos, princípios jurídicos e ecológicos devem considerar a historicidade da paisagem, assim como valores, práticas e conhecimentos locais que "tornam nativos" plantas, homens e animais.

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Biografia do Autor

Annelise Caetano Fraga Fernandez, PPGCS/UFRRJ
É professora adjunta (II) do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRRJ. Possui mestrado em Antropologia e Sociologia e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seus principais temas de pesquisa são: natureza, espaço e sociedade, participação e campesinato. Atualmente desenvolve trabalho relacionado a dinâmicas territoriais, conflitos ambientais, participação em conselhos, redes sociotécnicas e sistemas agroalimentares.
Publicado
2015-06-23
Seção
Dossiê Especial: "Territórios Tradicionais, Impactos Socioambientais e Patrimônio Cultural na América Latina"