O USO DA TEORIA DO PODER DE MICHEL FOUCAULT COMO FERRAMENTA TEÓRICA PARA ANALISAR RELAÇÕES DE PODER ENTRE POVOS INDÍGENAS: o caso dos povos Ticuna

  • Kamila Nascimento Universidade Federal de Pelotas
Palavras-chave: Poder, Ticuna, Irmandade da Santa Cruz, Foucault.

Resumo

Este trabalho é um estudo de caso que tem por objetivo oferecer insights que visam favorecer o uso da teoria do poder de Michel Foucault para o estudo de povos indígenas. Este autor já vem sendo progressivamente utilizado por pesquisadores da área de antropologia que divulgam sua abordagem para estudo das práticas pedagógicas, da sexualidade e aspectos da subjetividade entre outros, contudo, ele ainda é pouco utilizado para pensar relações de poder. O caso específico analisado foi dos povos Ticuna da região do Alto do Solimões, a partir do recorte histórico dado pela adesão destes povos em 1971 ao movimento messiânico denominado Irmandade da Santa Cruz. Apesar de sua caracterização como um fenômeno religioso o movimento dirigiu sua doutrina para toda a lógica de vida deste povo provocando diversas mudanças nas relações de poder. São precisamente estas mudanças que utilizamos para demonstrar que a utilização da abordagem foucaultiana é uma inovação importante para pensar os povos tradicionais não enquanto vitimados e passivos, mas observá-los em suas estratégias de resistência a partir de uma ideia de poder produtivo.

Biografia do Autor

Kamila Nascimento, Universidade Federal de Pelotas
Doutoranda em ciência política no programa de pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas. Mestre em ciência política pela mesma instituição. Atuo especialmente na área de teoria política com ênfase em teorias pós-fundacionais.
Publicado
2017-06-27