Programa de Integração e Inclusão étnico-racial e cotas para negros na Universidade do Estado de Mato Grosso: uma breve análise sobre a primeira década (2005-2015)

  • Laudiceia Fagundes Teixeira
  • Paulo Alberto dos Santos Vieira

Resumo

Em setembro de 2015, em reunião ordinária, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade do Estado de Mato Grosso prorrogou por mais dez anos o Programa de Integração e Inclusão Étnico-racial (Piier/Unemat), que se traduz nas cotas para negros desta universidade.  Nesta reunião chamou a atenção algumas situações, dentre as quais merecem destaque: a. posição da maioria do pleno, amplamente favorável à prorrogação; b mudança de posição em relação às cotas, na medida em que alguns atores que eram contrários em 2005 discursaram em prol da continuidade do programa; e c. absoluta ausência de qualquer tipo de dado e/ou informação oficial referente ao Programa. Neste artigo, pretende-se desenvolver argumentação que demonstre que a aprovação da prorrogação do Piier/Unemat não significou que as políticas de ação afirmativa, com recorte étnico-racial, sejam apoiadas. Buscar-se-á demonstrar que, paradoxalmente, a prorrogação pode ter por base a consolidação de práticas acadêmicas que tendem a dificultar, e no limite impedir, a presença negra no interior da universidade.  Para tanto o texto possui uma introdução, uma sessão acerca do conceito e histórico, outra relativa à Unemat e observações à guisa de conclusões.Palavras-Chave: Cotas para negros; Unemat; Mato Grosso.
Publicado
2016-07-26
Seção
Dossiê A dinâmica das relações raciais: dados, abordagens e intersecções