NATURALISMO, NORMATIVIDADE E A NATURALIZAÇÃO DA PRÁTICA CIENTÍFICA
Resumo
Este artigo trata do problema de como entender a prática científica em termos naturalistas. Uma das dificuldades de tal tarefa é saber como integrar a prática científica, que é inerentemente normativa, no quadro anormativo do mundo natural que ela mesma constrói. Uma solução possível para este problema será explorada no artigo, que seria a adoção de uma perspectiva teórica, a qual chamarei de “naturalismo normativo”, onde a própria natureza é descrita como inerentemente normativa. Examinaremos o realismo agencial de Karen Barad e a abordagem enativista de Evan Thompson como dois modelos possíveis para este novo tipo de naturalismo. Após mostrar as limitações teóricas de ambos, descreverei, a partir da perspectiva a qual chamarei de “cognitivismo agencialmente forte”, que tipo de estrutura ontológica o mundo natural deveria ter para que a prática científica em particular, e os processos cognitivos em geral, possam ser plenamente naturalizados.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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