HANS JONAS E A ÉTICA EM PESQUISA
Resumo
O convite para ministrar uma conferência sobre os problemas dos experimentos em seres humanos provocou grande mudança no modo de Hans Jonas fazer filosofia. Se inicialmente sua preocupação filosófica se voltava para tratar dos problemas da filosofia teórica, a partir da conferência, e, de seus desdobramentos, o filósofo passou a fazer uma filosofia prática. Essa mudança no modo de fazer filosofia deu a Jonas uma inesperada notoriedade, e com isso, o convite para fazer parte do Hastings Center. O tema da experimentação em seres humanos, é problematizado por Jonas a partir de duas perspectivas: a liberdade e a responsabilidade. Ao tratar de quem poderia ser recrutado para a pesquisa, Jonas se opõe aos critérios habituais de escolher os candidatos mais vulneráveis, e afirma que somente podem ser recrutadas as pessoas portadoras da doença, preferencialmente aquelas mais próximas do pesquisador, com capacidade de autonomia e esclarecimento. Quanto a medicina, afirma Jonas, ela deve voltar a exercer a sua função como a arte da cura, e não apenas limitar-se a ser uma técnica que busca reconfigurar o próprio corpo em vista de um possível melhoramento. Com isso, o progresso deve ser pensado como algo facultativo e não obrigatório, e a pesquisa científica deve estar vinculada à ética, pois a sociedade tem mais a perder com as práticas desacompanhadas de valores, afirma Jonas, do que com um possível atraso tecnocientífico.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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