TEORIA CRÍTICA E A COSMOPOLITISMO. SER UM CIDADÃO DO MUNDO: ATÉ QUE PONTO PODEMOS LEVAR ESTA IDEIA?

  • Julia Moura UFSC
Palavras-chave: teoria crítica, cosmopolitismo, Habermas, crise.

Resumo

O artigo está contextualizado no âmbito do debate da filosofia política acerca do cosmopolitismo, isto é, de uma orientação politico-filosófica que considera que teorias de justiça devem ir além das fronteiras nacionais em suas abordagens. Propostas normativas liberais (tais como as de Thomas Pogge e Charles Beitz) recolocaram como foco central da preocupação com a justiça a esfera global e ocuparam o protagonismo dos debates no âmbito da filosofia política no final da década de noventa. Já no campo crítico-discursivo, o ideal cosmopolita foi tematizado de forma menos sistemática, com exceções, como Seyla Benhabib e Jurgen Habermas. Mais recentemente Brian Milstein (2015), efetua o resgate do ideal cosmopolita e estabelece de que forma a teoria crítica com um ponto de vista cosmopolita é central para se pensar possibilidades emancipatórias. Neste texto irei apresentar as principais discussões e desafios que as teorias cosmopolitas enfrentaram e demonstrarei os elementos centrais da proposta de Milstein tendo como objetivo central sustentar que o projeto cosmopolita não deve ser descartado, ao contrário, trata-se de perspectiva urgente para pensarmos os principais desafios de justiça de nosso tempo. 

Biografia do Autor

Julia Moura, UFSC
Professora de Filosofia (UNISOCIESC) e Pós-Doutoranda UFSC.

Referências

Referências

ARAUJO, L. “Moral, Direito e Política – Sobre a Teoria do Discurso de Habermas”. In: OLIVEIRA, Manfredo; AGUIAR, Odilio; SAHD, Luiz Felipe (Org.). Filosofia política contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2003. v. 1, p. 214-235

BAYNES, K. “Discourse ethics and the political conception of human rights”. In: Ethics & Global Politics, v.2, n.1, p.1-21, 2009. Disponível em: <http://www.ethicsandglobalpolitics.net/index.php/egp/article/view/1938>. Acesso em: 27th May 2013.

AZMANOVA, A. Scandal of Reason: A Critical Theory of Political Judgment. New York: Columbia University Press, 2012

BEITZ, Charles R. Political Theory and International Relations. Princeton: Princeton University Press, 1979.

BENHABIB, S. Another Cosmopolitanism [with commmentaries by Jeremy Waldron, Bonnie Honig and Will Kymlicka]. [s.l.]: Oxford University Press, 2006.

BUCHANAN, A. “The Egalitarianism of Human Rights”. In: Ethics, v.120, n.4, p.690-710, 2010.

FORST, R. The Right to Justification. Columbia University Press: New York, 2014.

FRASER, N. Scales of Justice: Reimagining Political Space in a Globalizing World. [s.l.]: Columbia University Press, 2009.

IGNATIEFF, M. Human Rights as politics and idolatry; introduced by Amy Gutman. Princeton: Princeton University Press, 2001.

KANT, I. Crítica da Razão Pura. 4ª Edição. Trad.: Manuela Pinto e. Alexandre Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001

MILSTEIN, B. Commercium: Critical Theory from a Cosmopolitan Point of View. London: Rowman & Littlefield, 2015.

MILLER, D. “Collective Responsability and International Inequality in The Law of Peoples”. In: MARTIN, Rex; REIDY, David A. (Orgs.). Rawls’s Law of Peoples. 3. ed. Malden, MA: Blackwell, 2006, p.191-206.

______. National Responsibility and Global Justice. Oxford: Oxford University Press, 2007.

MOURA, J.S. “Charting shifts and moving forward in abnormal times: An interview with Nancy Fraser”. In: Ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, Florianópolis, v.15, n.1, p.1- 13, set. 2016. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/view/1677-2954.2016v15n1p1>. Acesso em: 17 maio 2020. Doi:<https://doi.org/10.5007/1677-2954.2016v15n1p1>.

NAGEL, T. “The Problem of Global Justice”. In: Philosophy & Public Affairs, n.33, p.113-147, 2005.

NOBRE, M. “How Critical Can Critical Theory Be?” In: LUDOVESI, Stefano (Ed.) Critical Theory and the Challenge pf Praxis: beyond reification. Burlington, VT: Ashgate Publishing Limited, 2015.

NUSSBAUM, M. C. “The Capabilities Approach and Ethical Cosmopolitanism: A Response to Noah Feldman”. In: Yale L.J. Pocket, v.2, PART 123, p.123-129, 2007b.

POGGE, T. Realizing Rawls. Cornell University Press: [s.n.], 1989.

RAWLS, J. Theory of Justice. Original E. Cambridge, MA: Belknap Press of Harvard University, 1971.

______. “Justiça como Equidade: uma concepção política, não metafísica”. In: Lua Nova, v.25, p.25-59, 1992.

______. Justiça e Democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

______. Political Liberalism. Expanded E. Cambridge, MA: Columbia University Press, 2005.

______. The Law of Peoples. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1999.

Publicado
2020-10-07
Seção
Volumes Suplementares