A DEFINIÇÃO DO ZERO EM FREGE: O COMPROMISSO DO PLATONISMO FREGEANO COM A “ETERNIDADE” DE BOLZANO
Resumo
Neste artigo, tento mostrar como o Platonismo de Frege relaciona-se muito intimamente com a noção de eternidade de Bolzano. Compreendida como o domínio total de variação do tempo, a eternidade de Bolzano nos oferece um interessante instrumento para estipular o que é eterno: um objeto é eterno se é imutável em relação ao fluxo do tempo. Desta forma, a definição do zero proposta por Frege faz uso tácito de tal noção, na medida em que o zero é definido como “o número que pertence a um conceito” cuja extensão é imutável em qualquer mundo possível (tais mundos sendo concebidos como instantes na ‘Eternidade’ de Bolzano). Por conta disto, podemos inferir que o platonismo, sob a ótica de Frege, pode assumir que os objetos abstratos não estão necessariamente fora do tempo e do espaço, mas são eternos, no sentido bolzaniano.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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