SOBRE O CONCEITO DE NOEÎN EM PARMÊNIDES
Resumo
O verbo noeîn e sua substantivação nóos pertencem ao vocabulário cognitivo grego na literatura épica e pré-socrática comunicando a ideia de uma apreensão imediata da realidade ou da verdade de um objeto, isto é, um tipo de cognição análogo à percepção sensível em seu caráter intuitivo e direto. Segundo Von Fritz, esses conceitos passaram por uma evolução na qual Parmênides representa um momento decisivo. Em Parmênides, sem perder o aspecto preponderante de uma intuição da natureza das coisas – portanto de captar o ser (tò eón) – o nóos também opera como raciocínio lógico. Quer dizer, noeîn-nóos exerce uma dupla função: é o contato direto com a realidade última e o pensamento discursivo, que argumenta, infere e deduz. Nosso propósito aqui é mostrar como, em Parmênides, essas funções do nóos se encontram articuladas.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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