OS CÉTICOS E SUAS CRENÇAS: A APARENTE DUPLICIDADE DE SEXTO EMPÍRICO
Resumo
Desde a sua origem o ceticismo tem enfrentado inúmeras críticas e tentativas de refutação. Uma das críticas mais antigas e recorrentes é que o cético não poderia agir porque para agir são necessárias crenças e um cético suspende o seu juízo sobre todas as crenças. A resposta mais comum para este desafio é que o cético suspende seu juízo só em relação aos dogmas científicos/ filosóficos, preservando, assim, as crenças do senso comum. Mas tal resposta não é satisfatória, pois indica um insulamento que não encontramos nos textos céticos. No entanto, uma resposta é possível, e após um exposição dos tropos de Enesidemos, pretendo desenvolver uma interpretação de Sexto Empírico onde suas crenças seriam baseadas só na aparência sem que seja feito um juízo sobre tais aparências. Assim um ceticismo radical preservando a capacidade de agir ainda seria possível.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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