Sobre a função semântica dos predicados

  • Celso R. Braida Universidade Federal de Santa Catarina
Palavras-chave: Semântica, Proposição, Predicação, Estruturalidade.

Resumo

Nesse texto são apresentadas as propostas de Davidson (2005) e de Puntel (2008) sobre o conteúdo semântico sentencial e o conceito de predicado. Na ortodoxia semântica, a função semântica dos predicados é distinta da função semântica dos designadores, o que implica que uma sentença expresse um conteúdo semântico estruturado. As propostas de Davidson e de Puntel são ambas reelaborações da proposta de Tarski (1983), pela qual as expressões predicativas são derivadas do conceito mais primitivo de sentença aberta, e do primado da verdade sentencial sobre os demais conceitos semânticos. A consequência de ambas as teorias é a eliminação do conceito de predicado e também a dispensa da tese da estruturalidade do conteúdo semântico. Sugere-se a recusa dessas propostas sob o argumento de que elas são incompatíveis com as melhores teorias tanto linguísticas e quanto formais. O ponto crítico está na eliminação da diferença lógica e gramatical entre indicar um objeto sem determiná-lo (nomear) e indicar um objeto por meio de uma determinação ou classificação (predicar), diferença essa refletida na distinção entre termo singular e termo geral na semântica tarskiana, os quais ambos são necessários para compor um termo sentencial que pode ser verdadeiro ou falso.

Biografia do Autor

Celso R. Braida, Universidade Federal de Santa Catarina
Professor no Departamento de Filosofia da UFSC, atua nas áreas de ontologia, filosofia da arte e filosofia da linguagem.
Publicado
2017-07-03
Seção
Artigos