Esoterismo e filosofia política na obra de L. Strauss.
Resumo
O presente artigo pretende abordar a questão das relações essencialmente conflituosas entre filosofia e sociedade na obra de Leo Strauss, buscando mostrar de que maneira, segundo esse autor, o conflito mencionado torna a atividade filosófica uma atividade politicamente problemática e perigosa, o que obriga o filósofo, num contexto de perseguição, a lançar mão de uma técnica literária específica – a escrita esotérica –, no intuito de ocultar a problematicidade política da filosofia, apresentar uma versão moralmente edulcorada de sua atividade e dirimir, assim, o seu antagonismo em relação à ordem social vigente. O artigo procurará também, a partir disso, explicitar como, na óptica straussiana, o uso da escrita esotérica como procedimento destinado a apaziguar o conflito entre filosofia e sociedade se confunde, originalmente, com a própria filosofia política, entendida como “apresentação política da filosofia”.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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