MULHERES, VACAS E PARTOS NAS PECUÁRIAS DO EXTREMO SUL DO BRASIL: RELAÇÕES TRANSESPECÍFICAS A PARTIR DO ENCONTRO ENTRE ANTROPOLOGIA E EPISTEMOLOGIAS FEMINISTAS.
Resumo
O presente artigo pretende descrever a atitude epistemológica de construção de uma proposta de trabalho antropológico atento às relações humano-animal, que teve como ponto de partida o acompanhamento de partos de vacas, em ambientes de “criação familiar” do sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Neles, a presença ativa e vigilante de mulheres nos permite conhecer como elas percebem suas vacas como atrizes sociais, companheiras, dotadas de intencionalidades. Mas sobretudo, nos encoraja aprender, com essa vitalidade afectiva dos saberes que constroem juntas, uma forma de transgredir certos disciplinamentos científicos – que não só se fundam na diferenciação entre humanos e animais como prolongamento da diferença entre natureza e cultura (DESCOLA, 2005), assim como, na distribuição de suas legitimidades epistemológicas, coloca o saber criado por mulheres à margem.AbstractThis article intends to describe the epistemological attitude of constructing a proposal of anthropological work attentive to human-animal relations, whose starting point was the follow-up of calving of cows in environments of familial livestock in the southern Brazilian state of Rio Grande do Sul. In these case, the active and vigilant presence of women allows us to know how they perceive their cows as social actresses, companions, endowed with intentionalities. But above all, it encourages us to learn, with this affective vitality of the knowledge they construct together, a way of transgressing certain scientific disciplines, which are based not only on the differentiation between humans and animals as an extension of the difference between nature and culture (Descola, 2005), but also on the distribution of its epistemological legitimacies, that places the knowledge created by women on the sidelines.Copyright (c) 2019 Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia
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