Bioarqueologia da violência e da guerra nas sociedades Andinas pré-coloniais: Discutindo a “Hipótese do Macho Guerreiro”

  • Felipe Pinto Santos Universidade Federal de Pelotas
  • Danilo Vicensotto Bernardo Universidade Federal de Rio Grande
Palavras-chave: Conflito, Trauma, Evolução cultural, Comportamento

Resumo

Este trabalho buscou investigar o fenômeno da violência e da guerra nas sociedades andinas pré-coloniais a partir de uma perspectiva Bioarqueológica e sua possível relação com modelos antropológicos evolutivos. Para tanto foi construído um banco de dados com frequências de traumas de violência física em crânios adultos femininos e masculinos, em populações do Arcaico (9500-1800 A.P) ao Horizonte Tardio (474-416 A.P). Análises foram feitas inspiradas na metodologia Intercultural e através de teste de significância estatística Exato de Fisher, com o objetivo de verificar e observar assinaturas bioarqueológicas que corroborem quantitativamente as implicações da Hipótese do Macho Guerreiro (HMG) ao longo da ocupação andina. Como resultados esperava-se observar maior proporção de traumas em crânios masculinos do que em femininos. No entanto apenas alguns resultados quantitativos demonstram esse resultado, havendo também resultados quantitativos que tendem a ser contrários as implicações da HMG. Levantando questionamentos sobre a representatividade empírica desse modelo evolutivo em contexto bioarqueológico. Mesmo assim, devido a limitações de dados, conclui-se que também esses dados ainda são insuficientes para um teste satisfatório, sendo necessário dados mais robustos e melhor contextualizados.

Biografia do Autor

Felipe Pinto Santos, Universidade Federal de Pelotas
Arqueólogo mestrando em Arqueologia pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente é integrante do Laboratório de Estudos em Antropologia Biológica, Bioarqueologia e Evolução Humana (LEAB) da Universidade Federal de Rio Grande.
Danilo Vicensotto Bernardo, Universidade Federal de Rio Grande
Professor Adjunto A (Classe C, Nível 2) da área de Arqueologia e Antropologia do Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), onde fundou e coordena o LEAB - Laboratório de Estudos em Antropologia Biológica, Bioarqueologia e Evolução Humana. Atua, também, como docente efetivo do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt) do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Publicado
2020-12-31
Seção
Dossiê Antropologia Biológica