DESVENDANDO A ASSIMETRIA ENTRE OS PROGRAMAS DE VERDADE NA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE MANEJO: ESTUDO DE CASO NO PARQUE NACIONAL DE SUPERAGUI

  • Ana Paula Rainho Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Comunidades Tradicionais, Unidade de Conservação, Conhecimento Tradicional.

Resumo

O Parque Nacional de Superagui (Guaraqueçaba-PR) foi criado em 1989 e expandido em 1997 sobre diversas comunidades tradicionais caiçaras sem consulta prévia. Membros de uma dessas comunidades, conhecida como Barra do Ararapira, relatam como suas principais práticas culturais e produtivas foram afetadas pela criação do Parque, tais como a roça e o fandango caiçara. Os moradores estão preocupados porque atualmente há um processo de construção do Plano de Manejo, o qual a participação da comunidade foi limitada a uma breve consulta para avaliar como estas afetam os objetivos conservacionistas do Parque. Por outro lado, a comunidade foi a grande responsável pela criação e expansão do Parque através da luta dos mesmos pela proteção da natureza e por seus conhecimentos ecológicos tradicionais sobre espécies até então desconhecidas pela sociedade ocidental. Os moradores também questionam as práticas cientificas dos gestores do ICMBio, desacreditando que estas são as mais eficazes para preservar a região. A partir disso, questiona-se quem detém o direito de gerir o território e o porquê da negação na participação de tal comunidade no Plano de Manejo. 
Publicado
2014-12-28