ARTESANATO E (DE)COLONIALIDADE: Artesãos(ãs) nordestinos(as) na FENEARTE

  • Ingrid Nascimento da Silva UFPE
Palavras-chave: Artesanato Nordestino; (De)Colonialidade; Fenearte.

Resumo

a) Objetivos do estudo: Conhecer as principais dificuldades vividas e a atual situação de vida e de trabalho dos(as) artesãos(ãs) do Nordeste brasileiro a partir de um olhar (de)colonial, a fim de analisar relações entre o artesanato nordestino e a colonialidade ainda persistente na sociedade. Os(As) artesãos(ãs) investigados(as) foram participantes da Fenearte 2024. b)Metodologia/abordagem: Trata-se de uma pesquisa qualitativa a qual toma-se como sujeito os(as) artesãos(ãs) nordestinos(as) participantes da Fenearte edição de 2024. A estratégia de coleta de dados se deu por meio da entrevista semiestruturada, com roteiro e observações não sistemáticas. c) Principais resultados: Alguns artesãos resistem às imposições capitalistas, os quais tangenciam nos ideais decoloniais. Contudo, outros artesãos(ãs) aderem a tais imposições, já que não têm o artesanato a principal fonte de renda e subsistência. Muitos(as) ainda se encontram na luta para continuar suas atividades por iniciativas próprias. d) Contribuições acadêmicas: A pesquisa evidenciou práticas coloniais no artesanato nordestino, reforçando a importância de dar foco a estudos coloniais que reverberam na área do saber a essência das manifestações de tradições e de identidades. e) Contribuições práticas: Os achados permitiram uma maior compreensão e reflexão sobre as relações existentes entre a atual atividade artesã no Nordeste e os ideais de colonialidade/modernidade, na exploração da situação de vida e de trabalho dos(as) artesãos(ãs).

Referências

Artesanato de Pernambuco. (2022). Governo do estado de Pernambuco. Disponível em: https://www.artesanatodepernambuco.pe.gov.br/pt-BR. Acesso em 12 de julho de 2024.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.
Becker, M. R. (2017). Confluências entre Turismo, Cultura e Artesanato. Desafio online, 5(1), 68-81.
Canclini, N. (2008). Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Edusp.
Carvalho, H. C. B. (2001). Artesanato de caixeta em São Sebastião – SP (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil.
Creswell, J. W. (2018). Research Design: Qualitative, Quantitative and Mixed Methods Approaches (5ª ed.). Sage.
Cunha, L. A. (2005). Introdução. In L. A. Cunha (Ed.), O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata (2ª ed.). Scielo – Editora UNE, FLACSO.
Cunha, M. C. (1992). História dos Índios no Brasil. Companhia das Letras.
Diehl, A. A. (2004). Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas. Prentice Hall.
Dussel, E. (2000). Europa, modernidad y eurocentrismo. In E. Lander (Ed.), La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas (pp. 41-53). CLACSO.
Godoy, A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas, 35(2), 57-63. https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000200008
Helal, D. H., & Sá, M. (2023). A condição artesã no Nordeste: Vozes dos coletivos (Associações, Cooperativas e Grupos). Nota Técnica Nº1 07/03/2023. Disponível em: https://cchla.ufpb.br/ppgs/contents/documentos/NOTATCNICA_ACONDIOARTESNONORDESTE_2023.pdf. Acesso em 12 de julho de 2024.
Lander, E. (2000). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. CLACSO.
Lemos, M. E. S. (2011). O artesanato como alternativa de trabalho e renda: subsídios para avaliação do programa estadual de desenvolvimento do artesanato no município de Aquiraz-CE (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
Lopes, J. R. B. (2008). Desenvolvimento e mudança social: formação da sociedade urbano-industrial no Brasil. Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.
Maldonado-Torres, N. (2005). Decolonization and the new identitarian logics after September 11. Radical Philosophy Review, 8(1), 35-67. https://doi.org/10.5840/radphilrev2005812
Melo-Silva, G., Emmendoerfer, M. L., & Araújo, J. F. E. F. (2017). Desenvolvimento de produtos tradicionais artesanais e destinos turísticos regionais no contexto da indústria criativa. Caderno Virtual de Turismo, 17(3), 131-147. https://doi.org/10.18472/cvt.17n3.2017.1205
Mignolo, W. (2007). El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto. In S. Castro-Gómez & R. Grosfoguel (Coords.), El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 15-50). Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.
Mignolo, W. D. (2018). The Decolonial Option. In W. D. Mignolo & C. Walsh (Eds.), On decoloniality: Concepts, analytics, praxis (pp. 9-27). Duke University Press.
Ministério das Relações Exteriores. (2022). Geografia. Disponível em: https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-bogota/o-brasil/geografia. Acesso em 12 de julho de 2024.
Nações Unidas Brasil. (n.d.). Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8: Trabalho decente e crescimento econômico. Nações Unidas. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/8. Acesso em 11 de janeiro de 2025.
Pereira, C. J. C. (1979). Artesanato – definições, evolução e ação do Ministério do Trabalho. Ministério do Trabalho.
Quijano, A. (2002). Sistemas alternativos de produção?. In B. de S. Santos et al. (Eds.), Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista (v. 3, pp. 153-172). Civilização Brasileira.
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Ed.), A Colonialidade do Saber: etnocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latinoamericanas (pp. 107-126). CLACSO.
Ramos, S. P. (2013). Políticas e processos produtivos do artesanato brasileiro como atrativo de um turismo cultural. Rosa dos Ventos-Turismo e Hospitalidade, 5(1).
Sebrae. (2022). Riqueza do artesanato é fonte de renda para famílias do Nordeste. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/riqueza-do-artesanato-e-fonte-de-renda-para-familias-do-nordeste,90fdc73afdc54810VgnVCM100000d701210aRCRD. Acesso em 12 de julho de 2024.
Silva, J. (2023). Conheça a história do artesanato nordestino. M&A Arts. Disponível em: https://mearts.com.br/historia-do-artesanato-nordestino/#:~:text=Impacto%20Cultural%20e%20Econ%C3%B4mico%20do%20Artesanato%20Nordestino%201,local.%20...%203%20Reconhecimento%20Nacional%20e%20Internacional%20. Acesso em 13 de julho de 2024.
Sousa, J. R. F., et al. (2021). Novos modos de fazer artesanato e desafios à manutenção econômica no Alto do Moura do Século XXI. REAd. Revista Eletrônica de Administração, 26, 557-585. https://doi.org/10.1590/1413-2311.295.98565
Souza, A. F. B., Scatalon, A. P., & Alves, A. A. D. A. (2021). A ARTENE e o artesanato popular brasileiro. 14º Seminário Docomomo Brasil. Belém.
Walsh, C. (2018). Decoloniality in/as Praxis. In W. D. Mignolo & C. Walsh (Eds.), On decoloniality: Concepts, analytics, praxis (pp. 28-46). Duke University Press.
Walsh, C. (2019). Interculturalidade e decolonialidade do poder: um pensamento e posicionamento "outro" a partir da diferença colonial. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito de Pelotas, 5(1).
Publicado
2025-02-18