A GOVERNANÇA NO DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES INTELIGENTES PELA ÓTICA DOS GESTORES MUNICIPAIS:

UM ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS (SC)

  • CRISTINA LUIZ GAMA UNISUL
  • GISELE MAZON Universidade do sul de Santa Catarina - UNISUL
  • FERNANDA MARQUES Universidade do sul de Santa Catarina - UNISUL
Palavras-chave: cidades inteligentes, governança, Florianópolis

Resumo

Estima-se que a população residente em área urbana cresça de 55% da população mundial para 68% até 2050. Esse crescimento gera desafios para a governança que pode encontrar solução através da implementação de cidade inteligente aliada à gestão pública. Objetiva-se compreender como ocorre o processo de governança no desenvolvimento das cidades inteligentes e de que forma os cidadãos participam das ações públicas para o desenvolvimento da governança inteligente no município de Florianópolis. Realizou-se entrevistas semiestruturadas com os gestores do município; fez-se a análise de dados da plataforma do Urban Systems. Metodologias: documental e qualitativa. Resultados expõem como as cidades inteligentes são planejadas, imaginadas e implementadas em cidades desenvolvidas. Destacou-se elementos que colaboram para o desenvolvimento da governança inteligente: dados; transparência; participação; contexto; cidadão; colaboração; desenvolvimento; tecnologia da informação e comunicação; e meio ambiente. Observou-se que o município não disponibiliza de atendimento ao cidadão por meio de aplicativo ou site com o intuito de divulgar e comunicar informações, atividades e ações planejadas, criadas e realizadas pelo poder público municipal aos cidadãos. Embora Florianópolis seja considerada a cidade mais inteligente do Brasil, ocupa apenas a 52ª posição no eixo Governança do RCSC (2023), refletindo desafios na implementação de políticas públicas. Dificuldades como resistência, falta de capacitação e barreiras culturais foram identificadas por gestores municipais. O município está investindo em tecnologia e transformação digital para melhorar a eficiência da gestão e fomentar a inovação. É essencial que Florianópolis continue a investir em tecnologia, capacitação e colaboração entre governo, setor privado, acadêmico e cidadãos.

Referências

Al Ali, D., Manivannan, N., & Xu, Y. (2023). A framework for effective design thinking based smart cities projects in Qatar. Cidades Inteligentes, 6(1), 531–562.
Anthopoulos, L. (2015). Defining smart city architecture for sustainability. In Proceedings of the 14th electronic government and 7th electronic participation conference (pp. 140-147).
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2021). NBR ISO 37122 Versão Corrigida - 2021: Cidades e comunidades sustentáveis - Indicadores para cidades inteligentes. ABNT.
Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo (L. A. Reto & A. Pinheiro, Trans., pp. 147, 149-150). Edições 70.
Brasil. (2018). Guia da política de governança pública. Casa Civil da Presidência da República.
Brasil. (2020). Carta Brasileira para Cidades Inteligentes. Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Comunicações.
Bibri, S. E., & Krogstie, J. (2017). Smart sustainable cities of the future: An extensive interdisciplinary literature review. Sustainable Cities and Society, 31, 183-212.
Cai, Q., & Zhang, C. (2023). A cidade inteligente melhora a prestação de serviços públicos? Um experimento quase natural baseado em um programa piloto de cidade inteligente na China. Public Performance & Management Review. https://doi.org/10.1080/15309576.2023.2166087
Cantuarias-Villessuzanne, C., Weigel, R., & Blain, J. (2021). Clustering of European smart cities to understand the cities’ sustainability strategies.
Dallabrida, V. R. (2020). Da cidade inteligente, ao território inovador, rumo à inteligência territorial: Aproximações teóricas e prospecções sobre o tema. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 12(1). http://dx.doi.org/10.21527/2237-6453.2020.53.46-71
Duranti, A. (2006). Transcrições, como sombras em uma parede. Mente, Cultura e Atividade, 13(4), 301-310.
Estévez, E., & Janowski, T. (2015). Gobierno digital, ciudadanos y ciudades inteligentes. Revista Institucional de la Facultad de Informática. https://doi.org/10.1016/j.giq.2015.03.001
European Smart Cities. (2016). Smart cities: Ranking of European medium-sized cities. http://www.smart-cities.eu
Ferreira, V. G. F. (2019). O estado da arte nas pesquisas internacionais de governança em cidades inteligentes [Master’s thesis, Universidade Federal de São Carlos].
Giffinger, R., Fertner, C., Kramar, H., Kalasek, R., Pichler-Milanovic, N., & Meijers, E. J. (2007). Smart cities. Ranking of European medium-sized cities.
Gummesson, E. (2007). Case study research and network theory: Birds of a feather. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, 2(3), 226-248.
Hartley, K. (2023). Percepções públicas sobre cidades inteligentes: Governança e qualidade de vida em Hong Kong. https://doi.org/10.1007/s11205-023-03087-9
Hollands, R. G. (2008). Will the real smart city please stand up? City, 12(3), 303–320.
Ibanescu, B. C., Eva, M., & Gheorghiu, A. (2020). Questioning the role of tourism as an engine for resilience: The role of accessibility and economic performance. Sustainability, 12(14), 5527.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022). Perfil dos municípios brasileiros (Coordenação de População e Indicadores Sociais). IBGE. https://www.ibge.gov.br
Júnior, L. A. F., de Almeida Guimarães, L. G., da Costa, W. P. L. B., Cruz, V. L., & El-Aouar, W. A. (2020). Governança pública nas cidades inteligentes: Revisão teórica sobre seus principais elementos. Revista do Serviço Público, 71(1), 119-153.
López-Pérez, M. E., Reyes-García, M. E., & López-Sanz, M. E. (2023). Smart mobility and smart climate: An illustrative case in Seville, Spain. International Journal of Environmental Research and Public Health, 20(1), 1404.
Lincoln, Y. S., & Guba, E. G. (1985). Naturalistic inquiry. Sage.
Lynn, L. E., Heinrich, C. J., & Hill, C. J. (2000). Studying governance and public management: Challenges and prospects. Journal of Public Administration Research and Theory, 10(2), 233-262.
Meijer, A., & Bolívar, M. P. R. (2016). Governing the smart city: A review of the literature on smart urban governance. International Review of Administrative Sciences, 82(2), 392-408.
Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União. (2023). Escala Brasil Transparente. https://www.cgu.gov.br/sobre/dados-abertos/arquivos/ebt
Nam, T., & Pardo, T. A. (2011). Conceptualizing smart city with dimensions of technology, people, and institutions. In Proceedings of the 12th annual international digital government research conference: Digital government innovation in challenging times (pp. 282-291).
Organização das Nações Unidas. (2022). World cities report 2022: Envisaging the future of cities. ONU. https://unhabitat.org/wcr/#Introduction-section
Qimeng Cai, & Chuanyong Zhang. (2023). A cidade inteligente melhora a prestação de serviços públicos? Um experimento quase natural baseado em um programa piloto de cidade inteligente na China. Public Performance & Management Review. https://doi.org/10.1080/15309576.2023.2166087
Ramaprasad, A., Sánchez-Ortiz, A., & Syn, T. (2017). A unified definition of a smart city. In International Conference on Electronic Government (pp. 13-24).
Ranking Connected Smart Cities. Urban Systems. (2021). http://www.urbansystems.com.br
Reck, J. R., & Vanin, F. S. (2020). Law and smart cities: Challenges and possibilities in the construction of public policies for urban planning, management, and discipline. Revista de Direito da Cidade, 12(1), 464-492.
Rezende, D. S. (2022). Análise dos indicadores do Ranking Connected Smart Cities apresentados pelo Urban Systems: Estudo do município de Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil. Revista Panorâmica Online, 35.
Saborido, R., & Alba, E. (2020). Software systems from smart city vendors. Cities, 101, 102690.
Souza, T. B. D. O. E. (2020). Governança pública no contexto de cidades inteligentes: Uma revisão sistemática de literatura.
Tan, S. Y., & Taeihagh, A. (2020). Governança de cidades inteligentes em países em desenvolvimento: Uma revisão sistemática da literatura. Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew, Universidade Nacional de Cingapura.
Yin, R. K. (2002). Case study research: Design and methods. Sage.
Publicado
2025-05-15