A CRÍTICA PÓS-FUNDACIONALISTA: UM DEBATE EM CONSTRUÇÃO
Resumo
O debate pós-fundacionalista emerge como uma potente discussão ao trazer à tona críticas relevantes às abordagens teóricas existencial-fundacionalistas. Tal debate nos conduz a refletir sobre a compreensão do social a partir de uma visão plural e contingente, que rompe com a forma de se pensar a realidade baseada em certezas e em uma ordem definitiva. Nesse contexto, este artigo objetiva apresentar alguns elementos centrais da crítica pós-fundacionalista, evidenciando aspectos que envolvem seu surgimento, suas bases filosóficas, assim como a distinção entre fundacionalismo, anti-fundacionalismo e pós-fundacionalismo. Para tanto, aborda-se autores-chave como Heidegger, Derrida e Marchart. Pretendemos, assim, contribuir para clarear alguns aspectos que envolvem esta abordagem, oferecendo ao leitor uma apresentação concisa, mas consistente, das linhas gerais sobre as quais o debate se desenvolve no intuito de propiciar reflexões e questionamentos para um aprofundamento acerca desta perspectiva epistemológica.Downloads
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
BURDZINSKI , Júlio César. Os problemas do fundacionismo. Kriterion: Revista de Filosofia. Vol. 48, nº. 115, 2007. Belo Horizonte. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/kr/v48n115/a0748115.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2017.
BUTLER, Judith P; SCOTT, Joan W. Feminists theorize the political. New York: Routledge, 1992.
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Círculo do Livro, 1972.
DELEUZE, Gilles. Em que se pode reconhecer o estruturalismo. História da filosofia–ideias, doutrinas, v. 8, 1972.
DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1973.
______. Margens da filosofia. Campinas: Papirus, 1991.
______. A escritura e a diferença. 3ª Ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.
DOSSE, François. História do Estruturalismo, v. 1: O campo do signo, 1945-1966. São Paulo: Ensaio; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1993.
FIANCO, Cristiane. O coerentismo de Bonjour: uma leitura fundacional. 179 p. 2011. Tese. Doutorado em Filosofia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
HEIDEGGER, Martin. O Princípio do Fundamento. Lisboa: Instituto Piaget, 1999.
HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
HUSSERL, Edmund. A ingenuidade da ciência. Revista Scientiæ Studia, São Paulo, v. 7, n. 4, 2009, p. 659-670. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ss/v7n4/a08v7n4.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2017.
______. The Origin of Geometry, by Edmund Husserl. Trad. David Carr. In: DERRIDA, Jacques. Edmund Husserl's Origin of geometry: an introduction. Lincoln: University of Nebraska Press, 1989, p. 155-180.
______. La crisis de las ciencias europeas y la fenomenología trascendental. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2008.
IPAR, María Cecilia. Pensando em um horizonte epistemológico pósfundacional: a contribuição da teoria política de Ernesto Laclau. VI Seminário Discente da Pós-Graduação em Ciência Política da USP. São Paulo, 2016. Disponível em: <
conferencias.fflch.usp.br/sdpscp/VIsemDCP/paper/download/1632/247>. . Acesso em: 05 de jul. de 2019.
KETZER, Patrícia. Fundacionalismo: da tradição às teorias moderadas. Revista de Filosofia Argumentos, Ano 3, n°. 5, 2011. Disponível em:<http://www.periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/18990/29709>. Acesso em: 31 ago. 2017.
LACLAU, Ernesto. Nuevas reflexiones sobre la revolución de nuestro tiempo. Buenos Aires, 2ª Ed., Editora Nueva Visión, 2000.
______. Los fundamentos retóricos de la sociedad. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2014.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia e estratégia socialista: por uma política democrática radical. São Paulo: Intermeios, 2015.
MARCHART, Oliver. El pensamiento político postfundacional. La diferencia política en Nancy, Lefort, Badiou y Laclau. Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, 2009.
MENDONÇA, Daniel de; RODRIGUES, Léo Peixoto. Do estruturalismo ao Pós-estruturalismo: entre fundamentar e desfundamentar. In: ______ (Orgs), Pós-estruturalismo e Teoria do Discurso: em torno de Ernesto Laclau. 2ª Ed., Porto Alegre. EDIPUCRS, 2014. p. 27-44.
MENDONÇA, Daniel; LINHARES, Bianca de Freitas; BARROS, Sebastián. O fundamento como “fundamento ausente” nas ciências sociais: Heidegger, Derrida e Laclau. Revista Sociologia, Porto Alegre, vol. 18, n. 41, 2016.
PESSANHA, José Américo Motta. Os pré-socráticos: vida e obra, 1978.
PETERS, Michael. Pós‐estruturalismo e filosofia da diferença. Uma introdução. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
RODRIGUES, Léo Peixoto. O Estruturalismo Francês: aspectos históricos e epistemológicos. Ensaios de Sociologia e Política. Pelotas: UFPel, p. 133-175, 2010.
TAMAYO, Ruy Pérez. Existe o método científico? México: FCE, SEP, CONACyT, ECN, 2003.
WILLIAMS, James. Pós-estruturalismo. Petrópolis: Vozes, 2016.
Copyright (c) 2019 Autor e Revista
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do(a) autor(a), com direitos de primeira publicação para a revista. Os artigos são de uso gratuito em aplicações exclusivamente acadêmicas e educacionais e, portanto, não-comerciais.