“MEU CORPO, MEU TERRITÓRIO”: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ARTES ENQUANTO FERRAMENTAS DE DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA
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Resumo
O pensamento descolonial envolve ser epistemicamente desobediente e se manifesta nas mentes e corpos de grupos e comunidades – como mulheres, pessoas LGBTQIA+, moradores/as/us de bairros periféricos, pessoas de Religiões de Matrizes Africanas, trabalhadoras/es/us sexuais – que têm suas existências e suas formas de fazer-cidade constantemente interpeladas por processos de invisibilização, bem como seus patrimônios deslegitimados por narrativas brancas, cisheteronormativas e eurocêntricas. Porém, estes grupos utilizam de diversas ferramentas para reivindicar seu direito à cidade. A exposição digital “Patrimônios Invisibilizados: Para além dos Casarões, Quindins e Charqueadas”, desenvolvida pelo projeto de pesquisa “Margens: grupos em processos de exclusão e suas formas de habitar Pelotas”, foi lançada durante as comemorações do Dia do Patrimônio da cidade de Pelotas/RS em agosto de 2020 com a proposta de apresentar a cidade e seus patrimônios para além dos casarões,charqueadas e dos doces finos, tendo como foco promover patrimônios relevantespara várias comunidades. Nesta escrita apresentamos uma discussão, a partir do conceito de desobediência epistêmica de Walter Mignolo, acerca de algumas das produções artísticas e participações de artistas que apresentaram seus trabalhos na exposição digital, nas quais expressaram suas perspectivas sobre patrimônio e relações com a cidade. Nosso objetivo foi compreender como essas obras se revelaram enquanto importantes ferramentas contra a exclusão social, elitismo, misoginia, machismo, LGBTQIA+fobia, para a resistência de sociabilidades e vivências não-hegemônicas na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul.
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Como Citar
Siqueira, G. P., Souza, N. A. O. de, Ferreira, M. R., & Alfonso, L. P. (2024). “MEU CORPO, MEU TERRITÓRIO”: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ARTES ENQUANTO FERRAMENTAS DE DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA. D’GENERUS: Revista De Estudos Feministas E De Gênero, 1(1), 499-522. Recuperado de https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/23060
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Artigos
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Referências
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