ENTREVISTA A JULIA MELGARES: FEMINISMO NA REGIÃO DE FRONTEIRA

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Sabina Sebasti
https://orcid.org/0000-0002-8819-6727
Marcio Caetano
https://orcid.org/0000-0002-4128-8229

Resumo

Nas regiões de fronteira as relações sociais se estabelecem na dinâmica dos fluxos migratórios, atravessadas pela condição de configurar uma demarcação geopolítica entre dois Estados, caracterizadas pelas inter-relações entre cidadãos, migrantes, estrangeiros, radicados ou em trânsito, que permanentemente integram as populações sobre uma ou outra margem. Tal como acontece em outras regiões fronteiriças sul-americanas, na área que abrange às cidades limítrofes de Río Branco (Uruguay) e Jaguarão (Brasil), área foco deste estudo, as mulheres desenvolvem estratégias de sobrevivência que implicam cruzar o território em forma frequente. Uma parte significativa da população feminina se converte em transfronteiriça, opta pela birresidencialidade ou binacionalidade. O presente artigo pretende iniciar uma linha de investigação e discussão sobre as condições de vida das mulheres em uma região destas características. O método utilizado foi uma entrevista em profundidade realizada, em setembro de 2021, a Julia Melgares, política, ativista social e vereadora. As respostas concedidas pela entrevistada resultaram reveladoras da conjuntura social e econômica que define à condição da mulher nesta região de fronteira. Na biografia e na voz de Julia foi possível analisar como as habilidades das mulheres, para estabelecer vínculos relacionais, repercutiam nas suas situações de vida em uma região com escasso desenvolvimento humano, afetada pela falta de acesso aos serviços básicos do Estado, assim como também conhecer os desafios políticos da luta feminista local e como se articulam nas ações das organizações e movimentos sociais.

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Como Citar
Sebasti, S., & Caetano, M. (2024). ENTREVISTA A JULIA MELGARES: FEMINISMO NA REGIÃO DE FRONTEIRA. D’GENERUS: Revista De Estudos Feministas E De Gênero, 1(1), 410-425. Recuperado de https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/23081
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Sabina Sebasti, PPGE (Doutorado) - UFPEL

Artista Visual. Doutoranda em Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Pelotas. Bolsista CAPES. Mestre em Artes Visuais, Programa de Pós-graduação em Artes Visuais, Universidade Federal de Pelotas (2016). Possui graduação em Licenciatura en Artes Plásticas y Visuales - Universidad de la Republica Uruguay (2013). Docencia em Nível Superior em Artes, Facultad de Artes, UDELAR, (2001 - 2007). Professora no curso Bacharelado em Produção e Política Cultural, Universidade Federal do Pampa (2017 - 2019). Possui formação interdisciplinar em Avaliação de Metodologias de Ensino. Pesquisadora em Educação Artística, com especial interesse em desenvolvimento de metodologias experimentais. Experiência em Artes Visuais com ênfase em  desenho e pintura.

Marcio Caetano, Universidade Federal de Pelotas

Pós-doutor em Currículo e Narrativas Audiovisuais, com apoio do PNPD-CAPES, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Coordenador do Centro de Memória LGBTI João Antônio Mascarenhas (UFPEL/FURG/UFES/UFOB). Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado e doutorado em educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Como parte dos estudos de pós-graduação, realizou estágio no Programa de Estudios Feministas do Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades da Universidad Nacional Autónoma de México (CEIICH- UNAM). Docente na Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Colaborador no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).  

Referências

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