MULHERES DO ÀSE: O RITUAL DO BAIÃO DE PRINCESAS DA CASA FANTI ASHANTI EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO
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Resumo
Esse artigo tem como objetivo fazer uma breve discussão sobre a presença feminina nas religiões afro-brasileira, em especial no Baião de Princesas, ritual ligado à linha da Cura e Pajelança realizada na Casa Fanti Ashanti em São Luis do Maranhão. No Baião de Princesas somente as mulheres incorporam entidades espirituais femininas (rainhas e princesas). A participação feminina é ativa no processo ritualístico realizados nos terreiros, diferentes de muitas religiões ocidentais na qual a mulher não possui um papel de destaque; nas religiões de matriz africana, essas mulheres são a maioria em cargos sagrados. Buscou-se, também, fazer uma breve discussão acerca da intolerância religiosa e racismo que ocorre, com frequência, como um violento ataque às religiões de matriz africana. A marginalização das práticas religiosas afro-brasileiras é fundamentada pelo poder de um epistemícidio que está enraizado em nossa sociedade, na qual é utilizado a repressão, a violência como fator da desumanização. Nessa perspectiva, homens e mulheres das religiões afro-brasileiras são desmoralizados/as e discriminados, todavia, ainda assim, emerge dessas práticas saberes resistentes que produzem epistemologias cujas racionalidades se constituem projetos de sociedades mais humanas, por isso, mais plurais. Assim é de suma importância disseminar o papel das mulheres nas religiões de matriz africana, pois é fundamental seu reconhecimento visto que há séculos vem sofrendo perseguições em nossa sociedade. Palavras-Chave: Baião de Princesas; Mulheres de Àse; Religião afro-brasileira.
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Como Citar
de Barros Vieira Rocha, L. F., & Lima Nunes, G. H. (2024). MULHERES DO ÀSE: O RITUAL DO BAIÃO DE PRINCESAS DA CASA FANTI ASHANTI EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO. D’GENERUS: Revista De Estudos Feministas E De Gênero, 1(1), 165-187. Recuperado de https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/23240
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Referências
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