O PARADIGMA DO ANIMAL-MÁQUINA COMO GÊNESE DA CIÊNCIA REDUCIONISTA
UMA LEITURA A PARTIR DE HANS JONAS
Resumo
A consciência dos animais é um tema marginal na história da filosofia ocidental. Algunsautores, no entanto, aventuraram-se em desbravar a temática. O mais paradigmático representantedessa tradição, René Descartes, erigia nos anos de 1630 um debate acerca da insensibilidade animalque perduraria por toda a modernidade. Quatro séculos mais tarde, o filósofo alemão Hans Jonasdesignaria a ciência materialista como a herdeira mais bem-sucedida do dualismo cartesiano. QueDescartes tenha exercido tamanha influência sobre a ciência moderna, contudo, não é um pontopacífico. Teria Jonas recorrido em uma leitura equivocada de Descartes ao atribuir ao filósofo francês apaternidade do materialismo? A fim de responder essa indagação, realiza-se uma pesquisa bibliográficade caráter analítico, cujas fontes principais giram em torno dos textos cartesianos, bem como da análisejonasiana do dualismo. Desse modo, o presente artigo analisa a visão jonasiana da tese da bestamáquina através de um escrutínio de sua argumentação e das referências diretas dos escritos deDescartes.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre)