Crítica e patologia social: ambivalências da relação entre psicanálise e teoria social
Resumo
Com o enfoque na apropriação da psicanálise no contexto da teoria crítica, o presente artigo discute possíveis ambivalências na conexão entre conceitos psicanalíticos e a teoria social. Para tanto, desdobro a exposição em quatro passos. Inicialmente, pretendo mostrar como Adorno, ao mesmo tempo que encontra em Freud as vantagens de uma perspectiva de descentramento do sujeito, também expõe a crítica a um possível inflacionamento de categorias psicanalíticas no âmbito da sociologia (1). A partir dessa breve reconstrução, discuto em que medida o vínculo entre categorias psicanalíticas e sociais pode permanecer produtivo, considerando o problema do estatuto epistemológico da psicanálise (2). Em um terceiro passo, apresento, de forma sucinta, a recente interlocução com a psicanálise proposta por Axel Honneth, sugerindo que conceitos como reconhecimento e patologia social apontam para um sentido específico de limites à uma teoria social (3). Concluo sugerindo uma distinção entre três sentidos de sofrimento e terapia, cuja tipologia exemplifica de maneira paradigmática uma delimitação recíproca entre psicanálise e teoria social (4).(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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