O IMPACTO AMBIENTAL, SOCIAL E DE GOVERNANÇA SOBRE AS PRÁTICAS INOVADORAS UTILIZADAS POR LAVANDERIAS DE JEANS NA CAPITAL DO AGRESTE PERNAMBUCANO

  • Shyrleide Leite Menezes Maciel Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Éder Wilian de Macedo Siqueira Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Eliana Andréa Severo Universidade Potiguar (UNP). http://orcid.org/0000-0002-5970-4032
Palavras-chave: Inovação, ESG, Desenvolvimento sustentável, Estratégia empresarial

Resumo

O presente estudo teve como objetivo analisar o impacto ambiental, social e de governança (ESG) na inovação, investigando como as lavanderias de jeans de Caruaru-PE utilizam os critérios ESG para impulsionar a inovação em seus negócios. A metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa e exploratória, por meio de um estudo de casos múltiplos, no qual foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, analisadas por meio da análise de conteúdo. Entre os principais resultados, identificou-se que as lavanderias de jeans de Caruaru-PE não se baseiam no ESG para tomar suas decisões e adotar processos de inovação nos seus processos. No entanto, elas adotam práticas inovadoras visando a governança com forte predisposição para a decisões orientadas para a inovação tecnológica, podendo estar ligadas ao modelo capitalista de shareholder ou do stakeholder. Todos os processos adotados trazem resultados para o meio ambiente, contudo, nem todas as empresas desse setor visam o bem-estar social. As contribuições acadêmicas estão no fato do estudo explorar a relação ESG-inovação, oferecendo insights para pesquisas e políticas empresariais sustentáveis. E as contribuições práticas demonstram que existe espaço para desenvolver uma abordagem mais holística que integre de forma completa as práticas de ESG.

Biografia do Autor

Shyrleide Leite Menezes Maciel, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Mestranda em Gestão, Inovação e Consumo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com especialização em Finanças e Controladoria pela Universidade de São Paulo (USP) e graduação em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco (UPE).

Éder Wilian de Macedo Siqueira, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Mestrando em Gestão Inovação e Consumo pelo Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Técnico em Logística pela Escola Técnica Redentorista - ETER; Engenheiro de Produção pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG; e Administrador pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. Possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela Faculdade Integrada Anglo Americano - FIAA; Especialização em Moda e Mercado pela Faculdade SENAI-PB; e Certificação Internacional em Marketing Digital pelo DMI-ESPM.

Eliana Andréa Severo, Universidade Potiguar (UNP).
Doutora em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, e pela Universidade de Caxias do Sul, UCS. Mestrado em Administração pela UCS. Especialização em Gestão Ambiental com Ênfase na Indústria pela UCS. Graduação em Administração pela Universidade Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS. Graduação em Ciências Biológicas Licenciatura Plena pela Universidade de Santa Cruz do Sul, UNISC. professora do PPGA da Universidae Potiguar (UNP). Editora da Revista RAUnP.

Referências

Abate, G., Basile, I., & Ferrari, P. (2024). The integration of environmental, social and governance criteria in portfolio optimization: An empirical analysis. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 31(3), 2054-2065.

Alves, R. R. (2023). ESG: O presente e o futuro das empresas. Editora Vozes.

Amato Neto, J., dos Anjos, L. C., Cavalcante, Y., & Jukemura, P. K. (2022). ESG Investing: Um novo paradigma de investimentos? à. Editora Blucher.

ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. (2020). Guia ASG: incorporação dos aspectos ASG nas análises de investimento. São Paulo, p. 7.

Barbieri, J. C. (2020). Desenvolvimento sustentável: das origens à Agenda 2030. Editora Vozes.

Bardin, L. (2004). Análise de conteúdo. 3ª. Lisboa: Edições, 70(1), 223.

Berlim, L. (2020). Moda e sustentabilidade: uma reflexão necessária. Estação das Letras e Cores Editora.

Cararo, W. R., Becker, A., de Guimarães, J. C. F., & Severo, E. (2018). Empreendedorismo e inovação como estratégia organizacional: Um caso de ensino. Revista Eletrônica de Administração e Turismo-ReAT, 12(7), 1736-1749.

Chesbrough, H. W. (2003). Open innovation: The new imperative for creating and profiting from technology. Cambridge/Harvard Business School.

Chesbrough, H. W. (2006). The era of open innovation. Managing innovation and change, 127(3), 34-41.

Creswell, J. W. (2007). Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. trad. Luciana de Oliveira da Rocha. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000-2005.

de Almeida, P. A., & Govatto, A. C. M. (2002). Ética e responsabilidade social nos negócios. Comunicação & Inovação, 3(5).

dos Santos Junior, H. L., Da Silva, G. L., & Da Silva, V. L. (2014). Qualitative analysis of the presence of emerging contaminants in water supplies for human use: a case study of the Guilherme de Azevedo reservoir in Caruaru (PE, Brazil). International Journal of Advanced Operations Management 19, 6(2), 101-109.

Elkington, J. (1994). Towards the sustainable corporation: Win-win-win business strategies for sustainable development. California management review, 36(2), 90-100.

Flick, U. (2008). Introdução à pesquisa qualitativa-3. Artmed editora.

Freeman, R. E., Wicks, A. C., & Parmar, B. (2006). Stakeholders: Theory and Practice. Oxford University Press: Oxford.

Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis. 7 ed. Prentice Hall, New Jersey.

Harraca, P. (2022). O poder transformador do ESG: como alinhar lucro e propósito. São Paulo: Planeta do Brasil.

Hungund, S., Gaur, J., & Narayan, A. (2023). The influence of open and closed innovation practices on economic performance: empirical evidence from Indian biotechnology industry. Management Decision.

IBGC - Instituto Brasileiro De Governança Corporativa. (2023). Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa. 6. ed. São Paulo, SP: IBGC.

Kazazian, T. (2005). Haverá a idade das coisas leves: design e desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 10.

Khdour, N., Al-Adwan, A. S., Alsoud, A., & Aldouri, J. A. (2021). Human resource management practices and total quality management in insurance companies: Evidence from Jordan. Problems and Perspectives in Management, v. 19, n. 1, p. 432-444.

Leifer, R. (2000). Radical innovation: How mature companies can outsmart upstarts. Harvard Business Press.

Leite, C. M. S. L. de A.; Gomes, S. da S.; Guimarães, J. C. D. de. Inovação de serviço em meios de hospedagem: Uma análise sobre a influência na fidelização do hóspede. Revista Eletrônica de Administração e Turismo-ReAT, v. 18, n. 1, p. 21-35, 2024.

Liu, X., Sun, Y., Zhou, S., Li, Y., & Zhuang, S. (2024). Research on time-value-oriented business model innovation path in life services enterprises and its impact on customer perceived value. Humanities and Social Sciences Communications, 11(1), 1-14.

Lu, T. T., & Chen, J. C. (2010). Incremental or radical? A study of organizational innovation: An artificial world approach. Expert Systems with Applications, 37(12), 8193-8200.

Macêdo, J. D. S. (2016). Estudo de processo sustentável, utilizando ozônio, no beneficiamento de peças confeccionadas com jeans, para atender às tendências da moda (Bachelor's thesis).

MCTI – Ministério Da Ciência, Tecnologia E Inovação. (2024). Manuais de Referência. Disponível em: <https://antigo.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/Manuais/Manuais.html >. Acesso em: 10 mai. 2024.

OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico - Manual de OSLO. (2018). The Measurement of Scientific, Technological and Innovation Activities.

Otero, L. O., Tondolo, V. A. G., Santos, J. B. (2024). The effect of social responsibility on supplier continuity after disruptions: An experiment with purchasing professionals. Journal of Cleaner Production. 474, 3, e143633.https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2024.143633

Pagone, B., Primogerio, P. C., & Lourenco, S. D. (2024). Pedagogic and assessment innovative practices in higher education: the use of portfolio in economics. Journal of International Education in Business, (ahead-of-print).

Ramos, W., Barros, S., & Veloso, L. (2023). Estratégias ESG e os objetivos de desenvolvimento sustentável: Framework Conceitual e de Gestão. Editora CRV.

Ribeiro, F. B. V., Picalho, A. C., & Fadel, L. M. (2023). Abordagem interpretativista e método qualitativo na pesquisa documental: Descrição geral das etapas de coleta e análise de dados. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, 17(1), 100-113.

Rodionova, M., Skhvediani, A., & Kudryavtseva, T. (2022). ESG as a booster for logistics stock returns—evidence from the us stock market. Sustainability, 14(19), 12356.

Rodrigues, G. A. (2023). Modelo dos indicadores ESG em uma empresa de construção civil Brasileira.

SANTOS, E. F. M. (2022). Aplicação da ferramenta matriz de materialidade ESG em uma agroindústria de sucos. Revista FT, vol. 26, Ed. 117.

SASB - Sustainability Accounting Standards Board. (2023). Apparel, Accessories & Footwear. Industry standard. Disponível em: <https://sasb.ifrs.org/standards/materiality-finder/find/?industry%5B0%5D=CG-AA>. Acesso em: 15. mai. 2024.

Schumpeter, J. A. (2008). The theory of economic development.

Schwab, K. Vanham, P. (2023). Capitalismo stakeholder: uma economia global que trabalha para o progresso, as pessoas e o planeta. Trad. Vic Vieira. Rio de Janeiro: Alta Cult.

SEBRAE. (2023). Qual a relação da matriz de materialidade com ESG?. Disponível em: <https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/qual-a-relacao-da-matriz-de-materialidade-com-esg,3ef1daaaba757810VgnVCM1000001b00320aRCRD>. Acesso em: 15 mai. 2024.

Severo, E. A.; Guimarães, J. C. F. de. (2020). O impacto da pandemia do COVID-19 sobre a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social na percepção das diferentes gerações brasileiras. In.: XXIII Seminários em administração (SEMEAD), Anais.

Silva, B. L., & Xavier, M. G. P. (2020). Inovação e tecnologia em lavanderias de jeans do polo têxtil do agreste Pernambucano e a implementação das atividades de reuso de água. Brazilian Journal of development, 6(6), 41458-41476.

Silva, J. E. S., & Simões-Borgiani, D. S. (2021). Guidelines for upcycling from a perspective of design management applied in a small factory of women’s clothes in Caruaru-PE (Brazil). International Journal of Advanced Engineering Research and Science, 8, 6.

Sonmez, E., Garcia, R., & Calantone, R. J. (2001). Applying neural networks to evaluate new product development success and failure. In American Marketing Association. Conference Proceedings (Vol. 12, p. 422). American Marketing Association.

Spitzeck, H. H.; Árabe, M.; Pereira, N. C. V. B. R. (2016). Guia How-To matriz de materialidade. Centro de Referência em Gestão Responsável para a Sustentabilidade (GRS), Núcleo de Sustentabilidade. Fundação Dom Cabral. Disponível em: <https://www.fdc.org.br/conhecimento-site/nucleos-de-pesquisa-site/Materiais/guia_howto_matriz_materialidade.pdf>. Acesso em: 15 mai 2024.

UNGA - United Nations General Assembly. (2015). Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. Nova York: UNGA.

Vavolizza, R. (2020). Design Sustentável para a Moda: uma abordagem sistêmica para a indústria têxtil e de confecção.–. Curitiba, Appris.

WEF – World Economic Forum. (2024). Disponível em: < https://www.weforum.org/publications/the-future-of-jobs-report-2020/>. Acesso em: 12 mai. 2024.

Xiao, D., & Su, J. (2022). Role of technological innovation in achieving social and environmental sustainability: mediating roles of organizational innovation and digital entrepreneurship. Frontiers in Public Health, 10, 850172.

Zhang, Y., Xin, Z., & Gan, G. (2024). Evaluating the Sustainable Development Performance of China’s International Commercial Ports Based on Environmental, Social and Governance Elements. Sustainability, 16(10), 3968.

Zhao, F., Hu, W., Ahmed, F., & Huang, H. (2023). Impact of ambidextrous human resource practices on employee innovation performance: the roles of inclusive leadership and psychological safety. European Journal of Innovation Management, 26(5), 1444-1470.

Publicado
2024-12-18