EMBATES E QUESTÕES EM TORNO DA PRESERVAÇÃO DE UM ACAMPAMENTO DE OBRAS EM BRASÍLIA: O CASO DA VILA PLANALTO
Resumo
Este artigo discute o processo de fixação e tombamento da Vila Planalto, um núcleo derivado de anteriores acampamentos de obras instituídos em meados da década de 1950 para dar apoio à construção de Brasília, capital do Brasil. Considerada ilegal a partir da inauguração de Brasília, em 1960, a Vila Planalto conseguiu se manter, embora tenha tido parte de seu espaço destruído devido às investidas oficiais de erradicação do espaço. A regularização veio em 1988, movimento que também a reconheceu como patrimônio de Brasília pelo seu papel nos primórdios da cidade, associando-a a um espaço pioneiro. Tendo como referência a bibliografia específica e matérias de jornal da época, a nossa análise considera o contexto de preservação da Vila Planalto em meio à fixação de outros antigos acampamentos de obras ocorrida ao longo da década de 1980 – a Metropolitana a Candangolândia e o Paranoá. Este trabalho levanta o questionamento sobre o porquê da Vila Planalto, ao contrário dos demais núcleos, ter sido efetivamente reconhecida como patrimônio histórico, para além da regulamentação. Como conclusão, a discussão relaciona patrimônio e controle do espaço, tendo em vista que a Vila Planalto, ao contrário dos demais núcleos, se encontra dentro da área tombada do Plano Piloto de Brasília, espaço planejado, central e valorizado da cidade.
Publicado
2022-01-15
Seção
Dossiê
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