EMBATES E QUESTÕES EM TORNO DA PRESERVAÇÃO DE UM ACAMPAMENTO DE OBRAS EM BRASÍLIA: O CASO DA VILA PLANALTO

Resumo

Este artigo discute o processo de fixação e tombamento da Vila Planalto, um núcleo derivado de anteriores acampamentos de obras instituídos em meados da década de 1950 para dar apoio à construção de Brasília, capital do Brasil. Considerada ilegal a partir da inauguração de Brasília, em 1960, a Vila Planalto conseguiu se manter, embora tenha tido parte de seu espaço destruído devido às investidas oficiais de erradicação do espaço. A regularização veio em 1988, movimento que também a reconheceu como patrimônio de Brasília pelo seu papel nos primórdios da cidade, associando-a a um espaço pioneiro. Tendo como referência a bibliografia específica e matérias de jornal da época, a nossa análise considera o contexto de preservação da Vila Planalto em meio à fixação de outros antigos acampamentos de obras ocorrida ao longo da década de 1980 – a Metropolitana a Candangolândia e o Paranoá. Este trabalho levanta o questionamento sobre o porquê da Vila Planalto, ao contrário dos demais núcleos, ter sido efetivamente reconhecida como patrimônio histórico, para além da regulamentação. Como conclusão, a discussão relaciona patrimônio e controle do espaço, tendo em vista que a Vila Planalto, ao contrário dos demais núcleos, se encontra dentro da área tombada do Plano Piloto de Brasília, espaço planejado, central e valorizado da cidade.

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Biografia do Autor

Daniela Barbosa, Universidade de Brasília - UnB
Designer pela Universidade de Brasília - UnB e mestrado em Desgin pela mesma universidade. Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela UnB, com período sanduíche na Université Paris Diderot. Docente em design. Integrante do Grupo de Pesquisa Capital e Periferia do PPG-FAU, UnB.
Maria Fernanda Derntl, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília - UnB
Professora e pesquisadora na FAU-UnB. Bolsista produtividade CNPq. Arquiteta e urbanista, mestre e doutora pela FAU-USP. Autora do livro Método e Arte: urbanização e formação de territórios na capitania de São Paulo, 1765-1811 (ed. Alameda, 2014) e organizadora do Dossiê Brasília da revista Urbana (Ciec-Unicamp, 2018-19).
Publicado
2022-01-15