Ecos de um colonialismo em chamas: a iconoclastia antirracista em disputa pela memória

  • Nathan dos Santos Alves

Resumo

Buscamos apresentar uma reflexão acerca da iconoclastia antirracista das consequências trazidas pelo ativismo para os estudos e práticas patrimoniais. Situamos a discussão numa dimensão iconográfica. O título deste artigo traz por um lado a referência ao incêndio da figura colonial brasileira Borba Gato, ao mesmo tempo que evoca as discussões de Georges Didi-Huberman sobre as imagens que queimam, rasgam e nos afetam profundamente. Temos também o eco, enquanto parte das memórias dentro das imagens, e igualmente como metáfora para os limites deste movimento social. Acreditamos e argumentamos a fim de demonstrar que se trata de uma tomada do patrimônio pela sociedade cível, sua reação às imagens violentas do genocídio e da colonização, mais que a queima de uma materialidade, trata-se de despertar no povo o que Frantz Fanon chamou de dite de combat,que nos faz ver a história colonial mais claramente pondo-a em chamas.

Biografia do Autor

Nathan dos Santos Alves
Doutorando em Antropologia: Políticas e Imagens da Cultura e Museologia pela Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Socais e Humanas (FCSH-UNL), Lisboa – Portugal.
Publicado
2023-07-15