Canoa de um Pau Só, Patrimônio Cultural do Pantanal

Modo de Fazer, Processo de Musealização e Direito de Navegar Sem Medo

Resumo

Propomos reflexões sobre a relação entre meio ambiente, território e patrimônio cultural de povos indígenas e pescadores tradicionais do Pantanal brasileiro, por meio da análise do modo de fazer a “canoa de um pau só”. A compreensão dessa relação intrínseca será fundamental para refletir sobre a salvaguarda desse bem cultural e o processo de musealização. A “canoa de um pau só” é o símbolo maior da pesca tradicional, agregando saberes e fazeres representados em diversos objetos e técnicas. Esse tipo de canoa apresenta-se como alternativa para a pesca dentro da mata em período de cheias do Pantanal, e vincula sua produção e uso à crise climática. A embarcação é o principal meio de transporte para os Guató, retratados em fontes escritas como os “índios canoeiros” do Pantanal, e objeto de desejo para pescadores artesanais. Em termos metodológicos, o levantamento sobre a “canoa de um pau só” tomou como base os dados coletados em entrevistas com detentores do saber e o termo de doação de um exemplar desse bem, da Colônia Z-2 de pescadores para o “Museu Histórico Municipal de Cáceres, Emilia Darci de Souza Cuyabano”.

Biografia do Autor

Luciano Pereira da Silva , UNEMAT
Doutor em Memória Social e Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Professor do Departamento de História da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).
Manuela Areias Costa, UEMS
Doutora em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora do curso de Graduação em História e do Mestrado Profissional em Ensino de História, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
Publicado
2024-07-29