Bases de uma política municipal de patrimônio museológico na Amazônia Mato-grossense:
a experiência do Museu do Vale do Arinos (MuVA) na musealização e gestão de referências culturais indígenas
Resumo
Este artigo objetiva apresentar resultados de diálogos e reflexões interculturais e interétnicas a partir da criação, implementação e estruturação do Museu do Vale do Arinos (MuVA) entre os anos de 2015 e 2024, localizado na cidade de Juara, na mesorregião norte de Mato Grosso. Metodologicamente, o desenvolvimento deste estudo se fundamentou nas pesquisas bibliográfica, documental e de campo, considerando os debates que fundamentam a abordagem da pesquisa-ação. Apesar de ser uma instituição recente no contexto das políticas de memória e de preservação do patrimônio cultural nesta região, busca-se promover uma reflexão sobre como esse museu se configura inovador quando se trata de gestão museal compartilhada, haja vista que desde a fundação conta com a participação direta de povos indígenas e membros da sociedade civil, alcançando hoje a integração dos povos Apiaká, Munduruku, Rikbaktsa e Kayabi. A partir da musealização e ocupação da instituição sob um novo modelo de organização institucional, o museu vem promovendo a valorização e promoção das referências culturais dos diferentes povos dessa região, pautada principalmente na busca pela ruptura com os modelos de museus públicos que possuem acervos de diversos povos indígenas. Esse movimento tem-se demonstrado desafiador devido as tensões e disputas em torno das memórias, do compartilhamento e ocupação dos espaços de tomada de decisão, bem como mediante aos acervos expostos e narrativas apresentadas no contexto da diversidade cultural local e regional.
Publicado
2024-07-29
Seção
Dossiê
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