Estudantes indígenas na universidade periférica e seus desafios na educação superior
o caso da UNILA
Resumo
Neste artigo apresentam-se desafios enfrentados por indígenas em seu ingresso em espaços de educação superior marcados pela colonialidade do saber. Como lócus de pesquisa, elegeu-se a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), concebida como parte de um conjunto de universidades públicas denominadas de periféricas (Angileli; Assumpção, 2021). Na sua consecução, realizou-se revisão bibliográfica de perspectiva decolonial, análise documental de políticas públicas para o grupo em tela e entrevistas abertas e semiestruturadas, com vistas a reunir percepções cotidianas sobre processos que reforçam a atual condição multicultural da instituição e as barreiras à sua constituição como uma universidade intercultural. Ao final do estudo, verificou-se a necessidade de: (i) atenção à permanência estudantil; (ii) criação e/ou acompanhamento de mecanismos de denúncia e apuração de todas as formas (veladas ou não) de violência e preconceito; (iii) problematização do “não reconhecimento” desse coletivo discente no meio acadêmico. Em face disso, sugere-se uma agenda permanente para o reconhecimento da potência estudantil indígena na instituição.