Estudantes indígenas na universidade periférica e seus desafios na educação superior

o caso da UNILA

  • Cecilia Maria de Morais Machado Angileli Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • Solange Bonomo Assumpção Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • Alessandra Mawu Defendi Oliveira UFPR

Resumo

Neste artigo apresentam-se desafios enfrentados por indígenas em seu ingresso em espaços de educação superior marcados pela colonialidade do saber. Como lócus de pesquisa, elegeu-se a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), concebida como parte de um conjunto de universidades públicas denominadas de periféricas (Angileli; Assumpção, 2021). Na sua consecução, realizou-se revisão bibliográfica de perspectiva decolonial, análise documental de políticas públicas para o grupo em tela e entrevistas abertas e semiestruturadas, com vistas a reunir percepções cotidianas sobre processos que reforçam a atual condição multicultural da instituição e as barreiras à sua constituição como uma universidade intercultural. Ao final do estudo, verificou-se a necessidade de: (i) atenção à permanência estudantil; (ii) criação e/ou acompanhamento de mecanismos de denúncia e apuração de todas as formas (veladas ou não) de violência e preconceito; (iii) problematização do “não reconhecimento” desse coletivo discente no meio acadêmico. Em face disso, sugere-se uma agenda permanente para o reconhecimento da potência estudantil indígena na instituição.

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Biografia do Autor

Cecilia Maria de Morais Machado Angileli, Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Pós-Doutora em Planejamento e Gestão Territorial (UFABC, 2013), doutora e mestra em Arquitetura e Urbanismo (USP, 2012 e 2007), doutoranda em Antropologia (UFPR, atual). Professora Adjunta da Universidade Federal da Integração Latino-Americana na qual ministra componentes curriculares na área de planejamento territorial associados à educação, memória e cultura popular. Essa condução docente encontra respaldo em uma trajetória de vinte e cinco anos de pesquisa e trabalhos extensionistas em favelas, ocupações, acampamentos rurais e comunidades tradicionais. Suas atuais linhas de pesquisa são: Conflitos fundiários e ambientais; Memória da paisagem popular latino-americana; Universidade periférica e Letramento territorial.
Solange Bonomo Assumpção, Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Doutora em Letras, mestra em Linguística, especialista em Educação Digital, especialista em Alfabetização, especialista em Educação Especial Inclusiva e licenciada em Pedagogia. Possui significativa experiência na Educação Superior, em cursos de graduação e pós-graduação (lato sensu) presenciais e a distância, bem como na Educação Básica. Atualmente é pesquisadora, educadora popular e pedagoga institucional vinculada à Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (Paraná - Brasil). Suas áreas de interesse são: Educação Superior, Alfabetização e letramento, Educação de Jovens e Adultos (Eja), Direitos Humanos, Educação Aberta, Educação a Distância (EaD), Alfabetização e Práticas de Leitura Crítica da Paisagem.
Alessandra Mawu Defendi Oliveira, UFPR
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Paraná,bacharela em Antropologia - Diversidade Cultural Latino-Americana, bolsista CAPES.
Publicado
2025-01-29