Memórias da resistência

cadernetas de poupança de pessoas escravizadas, epistemicídio e a construção de futuros no Brasil do século XIX

  • Ingrid Engel Alves dos Santos Universidade de Brasília
  • Clovis Carvalho Britto Universidade de Brasília

Resumo

este artigo investiga as cadernetas de poupança de pessoas escravizadas preservadas no Acervo CAIXA, analisando-as como registros históricos das estratégias de resistência e dos projetos de futuro dessas pessoas no Brasil do século XIX. A pesquisa busca compreender de que maneira a poupança foi utilizada para a aquisição da alforria, evidenciando as contradições de um sistema que, ao mesmo tempo em que negava a liberdade, impunha a adesão às suas próprias lógicas econômicas para sua conquista. A partir dos conceitos de epistemicídio, giro decolonial, senso de futuro e vigilâncias comemorativas, problematizam-se as formas institucionais de silenciamento e a construção de narrativas sobre a memória da escravidão. A análise documental e bibliográfica examina como esses registros foram historicamente mobilizados e de que maneira podem ser ressignificados para ampliar perspectivas críticas sobre a história negra no Brasil. 

Biografia do Autor

Ingrid Engel Alves dos Santos, Universidade de Brasília

Doutoranda em Ciência da Informação, Mestra em Comunicação e graduada em Museologia pela Universidade
de Brasília. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Clovis Carvalho Britto, Universidade de Brasília

Doutor em Museologia pela Universidade Lusófona, Lisboa. Professor no Programa de Pós-Graduação em
Ciência da Informação e no curso de Museologia da Universidade de Brasília.

Publicado
2025-07-30