Palmira sob Fogo Cruzado

Patrimônio Cultural, Iconoclash e a Guerra Midiática

Resumo

Este artigo analisa a destruição do patrimônio cultural na cidade de Palmira, na Síria, entre os anos de 2015 e 2017, a partir das ações promovidas pelo grupo jihadista Daesh. A pesquisa problematiza os impactos dessas ações no sítio arqueológico e suas repercussões na geopolítica internacional, destacando a utilização do conceito de “iconoclash”, de Bruno Latour, para compreender a destruição como prática simbólica e política. Além disso, o trabalho investiga o papel da mídia na construção de narrativas sobre o conflito, evidenciando como as imagens da destruição foram mobilizadas tanto por atores estatais quanto pelo próprio Daesh, enquanto ferramenta de propaganda. A reconstrução de Palmira é discutida sob a perspectiva da autenticidade patrimonial e da instrumentalização política, ressaltando os dilemas éticos e técnicos envolvidos. Conclui-se que a destruição cultural em contextos de guerra deve ser compreendida como fenômeno multidimensional, que articula violência material, disputa simbólica e circulação midiática.

Biografia do Autor

diego nonato, UFPEL

Professor substituto do Departamento de Museologia, Conservação e Restauro UFPel. Doutorando no
programa de Pós Graduação de Memória Social e Patrimônio Cultural da UFPel, Bolsista CAPES.

Leandro Coutinho, UFBa

Analista Judiciário do TRF1, Doutor em Ciência da Informação pela UFBA.

Luciano Pereira, UNEMAT

Professor do Departamento de História da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Doutor em
Memória Social e Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Publicado
2025-07-30