Contradições entre história e patrimônio

A ausência de patrimônios sobre a diáspora africana em Gravataí (RS)

  • Helena Thomassim Medeiros UFPel
  • Daniel Maurício Viana de Souza UFPel
  • Diego Lemos Ribeiro UFPel

Resumo

Ao investigar os bens patrimonializados em Gravataí, cidade da região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, observa-se o enaltecimento de uma imagem luso-açoriana e do reconhecimento de um passado indígena. Todavia, ao revisitar a história do município, percebe-se que as populações negras estiveram presentes há um longo tempo, contribuindo para a formação dessa sociedade. Sua ausência no discurso autorizado do patrimônio tem muito a revelar sobre processos de apagamento vinculados à diáspora africana, que ocorrem em diferentes escalas, sendo uma construção discursiva relacionada à colonialidade e às desigualdades sociais. Analisando alguns aspectos sobre esses debates ligados aos processos de memorialização, busca-se também registrar essas contradições que formam um patrimônio que exclui, mas que pode incluir, a partir da inserção de narrativas dissonantes, onde já não se observam mais as materialidades.

 

Biografia do Autor

Helena Thomassim Medeiros, UFPel

Possui graduação em Museologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2015), graduação em
Licenciatura em História pelo Centro Universitário Internacional (2024), mestrado em Memória Social e
Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (2019) e doutorado em Memória Social e Patrimônio
Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (2025).

Daniel Maurício Viana de Souza, UFPel

Doutor em Sociologia pelo Programa de PPGS da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, com
período sanduíche no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (2016). Mestre em Ciência
da Informação pelo Programa de PPGCI- IBICT/UFF (2007). Graduado em Museologia pela Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2004). Professor do Departamento de Museologia, Conservação
e Restauro, e do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal
de Pelotas.

Diego Lemos Ribeiro, UFPel

Doutor em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (MAE-USP), mestre em Ciência da Informação pela
Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT-UFF) e graduado em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UNIRIO). É docente da Universidade Federal de Pelotas desde 2008, onde atua como professor do Curso de
Museologia e do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural.

Publicado
2025-07-30