A “CURA GAY” EM REVISTA: O ESTEREÓTIPO SOBRE HOMOSSEXUAL NOS DISCURSOS DE VEJA E JUNIOR
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Resumo
Este trabalho investiga a constituição, a formulação e a circulação de discursos sobre homossexualidade nas revistas Veja e Junior, mais precisamente publicações acerca do projeto de lei 234/11, que ficou conhecido como “Cura Gay”. A partir do corpo teórico-metodológico da Escola Francesa de Análise de Discurso, a pesquisa procura compreender o processo discursivo que dá origem à imagem de homossexual posta em circulação em reportagens que abordavam a proposição de lei que, se aprovada, possibilitaria que psicólogos se envolvessem em tratamentos de “reversão” da homossexualidade. Para compor o corpus, foram selecionadas três edições de Veja e três de Junior, publicadas no primeiro semestre de 2013, o que permitiu a comparação entre uma mídia hegemônica e uma militante/segmentada. A partir da compreensão da memória das revistas e dos dizeres sobre homossexualidade na história, a análise demonstra que Veja constrói seu discurso a partir da ironia e dos estereótipos que ligam a homossexualidade à promiscuidade. Em Junior, mesmo sendo voltada ao público homossexual, a revista se coloca como um discurso competente, de referência nas discussões sobre gênero e direitos aos gays, embora, muitas vezes, reforce e recupere a memória discursiva que materializa o estereótipo da promiscuidade, exemplificando, assim, como a produção dos discursos extrapola as meras causalidade e intencionalidade, envolvendo elementos que fogem à determinação de um sujeito-autor.
Palavras-chave: Homossexualidade; revistas; discurso.
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