A CONSTRUÇÃO DO NARRADOR EM NARRATIVAS ESCRITAS POR INDÍGENAS BRASILEIROS
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Resumo
Este trabalho objetiva apresentar uma reflexão sobre as narrativas dos povos ameríndios, compreendendo-as como parte significativa das culturas de seus povos e dos indivíduos que as narram, sendo essenciais para o entendimento de visões de mundo e de sujeitos diferentes daqueles plasmados no cânone da Literatura Ocidental. Por meio das proposições teóricas de Aristóteles, de Librandi-Rocha e de Thiél, que apresentam a possibilidade de se repensar as noções de história, de ficção e de mímesis por meio da Literatura Ameríndia, a pergunta que guiou este trabalho foi sobre a existência ou não de uma alteridade do narrador indígena e, se existe, como essa alteridade se constitui. Além disso, foram utilizadas as proposições de Walter Benjamin sobre o narrador para se pensar o lugar ocupado pelo narrador na Literatura Ameríndia. Foram pensadas, também, as aproximações e as diferenças no que tange às tradições oral e escrita de contar histórias, buscando altercar nas discussões o lugar de referência e de alteridade, como proposto por Pedro Cesarino, Librandi-Rocha e como manifesto por Ailton Krenak. Para tanto, foram selecionados como corpora textos escritos por indígenas da comunidade Terena, situada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, quando de um projeto em parceria com o Instituto de Pesquisa da Diversidade Intelectual (IPEDI). Pondera-se, ainda, de forma breve, sobre a possibilidade ou não de se pensar a Literatura Ameríndia como constituinte também de seu próprio entrelugar, tomando aqui o conceito cunhado por Silviano Santiago.
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