O HOMEM VIRIL EM EVIDÊNCIA: O FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO DA VIRILIDADE EM MEMES DA DIREITA ALTERNATIVA BRASILEIRA

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Myllena Araujo do Nascimento
http://orcid.org/0000-0001-7480-9265
Amanda Batista Braga
http://orcid.org/0000-0001-6026-5017

Resumo

Este artigo tem como objetivo investigar o funcionamento do dispositivo da virilidade em memes produzidos pela direita alternativa brasileira, atentando ao modo como sua prática, relacionada ao exercício do poder, produz uma regularidade discursiva que agencia dizeres, que responde a uma urgência histórica e que subjetiva os sujeitos aí implicados. Nosso intuito é o de demonstrar a reativação de um ideal viril formulado no século XIX e sua manutenção em nossos dias, trabalhando em prol da heroicização de Jair Bolsonaro, principal representante da direita alternativa brasileira, e do combate aos grupos considerados inimigos. Para tanto, utilizaremos como fundamentação teórica e metodológica a noção de dispositivo sugerida por Foucault (2017) e discutida por Agamben (2019), bem como as discussões sobre virilidade desenvolvidas por Courtine (2013a; 2013b), Corbin (2013), Bertaud (2013) e Chapoutot (2013).

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
Nascimento, M. A. do, & Braga, A. B. (2022). O HOMEM VIRIL EM EVIDÊNCIA: O FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO DA VIRILIDADE EM MEMES DA DIREITA ALTERNATIVA BRASILEIRA. Caderno De Letras, (41), 347-360. https://doi.org/10.15210/cdl.v0i41.20985
Seção
Dossiê
Biografia do Autor

Myllena Araujo do Nascimento, Universidade Federal da Paraíba

Mestranda em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal da Paraíba. Pesquisadora do Observatório do discurso.

Amanda Batista Braga, Universidade Federal da Paraíba

Professora Adjunta do Departamento de Língua Portuguesa e Linguística e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal da Paraíba – Campus I. Possui Doutorado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba com co-orientação na Universidade Federal de São Carlos (com bolsa CAPES), Mestrado em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos (com bolsa FAPESP) e Graduação em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. É coordenadora do Observatório do Discurso (UFPB) e do Grupo Interinstitucional de Estudos de Discursos e Resistências – GEDIR (UFPB/ UFU/ UFS/ UFSCar/ UNICEP), além de integrante do Laboratório de Estudos do Discurso (UFSCar).

Referências

AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Trad. Vinicius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009.
BERTAUD, J-P. A virilidade militar. In: CORBIN, A.; COURTINE, J-J.; VIAGRELLO, G. História da virilidade. Vol 2. O triunfo da virilidade: o século XIX. Trad. Noéli Correia de Mello Sobrinho e Thiago de Abreu e Lima Florêncio. Petrópilis: Vozes, 2013.
CHAPOUTOT, J. Virilidade fascista. In: COURTINE, J-J.; CORBIN, A.; VIAGRELLO, G. História da virilidade. Vol. 3. A virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Trad. Noéli Correia de Mello Sobrinho e Thiago de Abreu e Lima Florêncio. Petrópolis: Vozes, 2013.
CORBIN, A. Introdução. In: CORBIN, A.; COURTINE, J-J.; VIAGRELLO, G. História da virilidade. Vol 2. O triunfo da virilidade: o século XIX. Trad. Noéli Correia de Mello Sobrinho e Thiago de Abreu e Lima Florêncio. Petrópilis: Vozes, 2013.
COURTINE, J-J. Introdução. In: COURTINE, J-J.; CORBIN, A.; VIAGRELLO, G. História da virilidade. Vol. 3. A virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Trad. de Noéli Correia de Mello Sobrinho e Thiago de Abreu e Lima Florêncio. Petrópolis: Vozes, 2013a.
COURTINE, J-J. Robustez na cultura: mito viril e potência muscular. In: COURTINE, J-J.; CORBIN, A.; VIAGRELLO, G. História da virilidade. Vol. 3. A virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Tradução de Noéli Correia de Mello Sobrinho e Thiago de Abreu e Lima Florêncio. Petrópolis: Vozes, 2013b.
DAWKINS, R. O gene egoísta. Tradução de Geraldo H. M. Florsheim. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1976.
EMPOLI, G. Os engenheiros do caos. São Paulo: Vestígio, 2019.
FERNANDES JÚNIOR, A. Felicidade, dispositivo de poder e produção de subjetividade. In: CURCINO, Luzmara; PIOVEZANI, C.; SARGENTINI, V. (orgs.). (In)Subordinações Contemporâneas. Consensos e resistências nos discursos. São Carlos: EdUFSCar, 2016.
FINCHELSTEIN, F. Do fascismo ao populismo na história. São Paulo: Almedina, 2019.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de novembro de 1970. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. 24 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014a.
FOUCAULT, M. Aulas sobre a vontade de saber: curso no collège de France (1970-1971). São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014b.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 5 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.
LAMERICHS, N. et al. Elite male bodies: the circulation of alt-Right memes and the framing of politicians on Social Media. Participations, v. 15, n. 1, p. 27, 2018.