A IDENTIFICAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DEPOIMENTOS SOBRE ADOÇÃO: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA CRÍTICA

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Layane Campos Soares
http://orcid.org/0000-0003-2920-3170
Maria Aparecida Resende Ottoni
https://orcid.org/0000-0003-3674-3407

Resumo

A prática social de adoção pode ser considerada uma questão bastante desafiadora no Brasil. Ao se analisar os dados disponibilizados pelo Conselho Nacional de Justiça no Diagnóstico Sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (BRASIL, 2020), percebe-se que o número de pretendentes à adoção é seis vezes maior em relação ao número de crianças e adolescentes que aguardam colocação em família substituta. Isso se dá, em parte, em função da discrepância existente entre o perfil de filho/a idealizado por quem deseja adotar e o perfil de crianças e adolescentes disponíveis à adoção. Em virtude disso, é comum encontrarmos práticas que incentivam a adoção tardia como, por exemplo, o projeto Quero uma família, desenvolvido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que divulgou diferentes depoimentos sobre adoção, com o intuito de incentivar a adoção tardia. Levando em consideração esse contexto e a relação dialética que se estabelece entre linguagem e sociedade, decidiu-se realizar uma análise discursiva crítica desses depoimentos com o objetivo de compreender como os/as filhos/as são identificados/as pelos/as adotantes. Desse modo, este estudo baseou-se na Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 1989, 2001, 2003, 2010), no Sistema da Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005) e na Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2009). Os resultados principais revelam que os/as adotantes identificam seus/suas filhos/as por meio de escolhas lexicogramaticais que denotam avaliações de Afeto, com prevalência de emoções ligadas ao grupo da felicidade, o que pode ser um incentivo ao processo de adoção tardia.

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Como Citar
Soares, L. C., & Ottoni, M. A. R. (2022). A IDENTIFICAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DEPOIMENTOS SOBRE ADOÇÃO: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA CRÍTICA. Caderno De Letras, (41), 275-292. https://doi.org/10.15210/cdl.v0i41.21337
Seção
Dossiê
Biografia do Autor

Layane Campos Soares, Universidade Federal de Uberlândia

Doutoranda em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestra em Educação pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2017), graduada no curso de licenciatura em Letras Português/Inglês pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2015), graduada no curso de bacharelado Interdisciplinar em Humanidades pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2013). Pesquisadora nas áreas de Análise de Discurso Crítica, Formação Docente e Ensino de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa e Estudo em Análise de Discurso Crítica e Linguística Sistêmico-Funcional (UFU/CNPq).

Maria Aparecida Resende Ottoni, Universidade Federal de Uberlândia

Possui graduação em Letras - Português/Inglês pela Universidade Federal de Uberlândia (1988), mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Uberlândia (1999) e doutorado, também em Linguística, área de concentração Linguagem e Sociedade, pela Universidade de Brasília (2007). Fez um estágio de doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e estágio de pós-doutoramento na Universidade de Brasília. Atualmente, é professora associada do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). É pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL/UFU), orientando na linha de pesquisa Linguagem, sujeito e discurso, e do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS/UFU), orientando na linha de pesquisa Estudos da Linguagem e Práticas sociais. É líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em Análise de Discurso Crítica e Linguística Sistêmico-Funcional, membro do Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade (NELiS/Ceam/UnB) e do GT Gêneros textuais/discursivos da ANPOLL. Seu trabalho é voltado para a Análise de Discurso Crítica, letramento, gêneros do discurso, identidades e ensino de Língua Portuguesa.

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