TERRA À VISTA: UM GESTO DE LEITURA SOBRE O QUE NOS AFETA
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Resumo
Neste texto, apresentado durante o Colóquio[1] em homenagem aos 30 anos da publicação do Terra à Vista: discurso do confronto - Velho e Novo Mundo, retomo partes das considerações finais da obra. Busco reiterar a importância desse livro e da sua autora cuja trajetória nos inspira e, singularmente, convida-nos a adentrar, com sutileza, o território da linguagem, apresentando-nos a Análise de Discurso, a partir dos estudos de Michel Pêcheux. A produção intelectual de Orlandi nos brinda com sua potência e fôlego teórico, sempre acompanhada de singular agudeza poética nas reflexões sobre a entremeada trama discursiva do ler, do escrever, do simbolizar, do (a)prender. A obra, em foco, escancara discursos sobre o modo como o Brasil é dito e visto por aqueles que ocupam os lugares do poder. O caráter atemporal desse livro materializa/atualiza o cenário de desgovernança da política brasileira em que se mobilizam “perfídias” travestidas em bravatas, através de palavras desgastadas, puídas, que garimpam espaço por entre remendos e alinhavos, em nome “da ordem e do progresso”, na voz daquele que ocupa o cargo de presidência do país. Ainda que tais discursos persistam, há o espaço para a resistência através de processos de desidentificação frente ao que nos afeta quando o Brasil é falado por nós e pelo(s) outro(s). Por fim, este artigo/ensaio traduz-se numa forma de retomada e de agradecimento à necessária produção teórica de Eni Orlandi que provoca e cutuca, “sem medo”, a “ferida aberta” no nosso país.
[1] Refiro-me ao evento “Colóquio 30 anos de terra à vista: um percurso de sentidos” organizado pelo Laboratório de Estudos em Análise de Discurso (LEAD).
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Referências
ORLANDI, Eni Puccinelli. A Linguagem e seu Funcionamento: as formas do discurso. Campinas, SP: Pontes, 1996.
PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso. Uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas, SP: UNICAMP, 1988 (original de 1975).