DEUSAS, SANTAS E MONSTROS: O FEMININO TERRÍVEL EM FRONTEIRA, DE CORNÉLIO PENNA

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Lais Alves
https://orcid.org/0000-0002-3584-7514

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar as características monstruosas de Maria Santa, protagonista de Fronteira (1935), primeira obra de Cornélio Penna e de grande importância para a vertente intimista do romance de 30. Tal monstruosidade situa-se no perfil ambíguo da personagem, que apresenta tanto elementos hieráticos quanto uma face sexual e assustadora. O temor causado por Maria Santa provém da imprevisibilidade de sua natureza e da impossibilidade de total controle sobre ela. Para atingir os objetivos mencionados, dividi o trabalho em duas partes: em um primeiro momento, valho-me dos estudos de teóricos como os de Camille Paglia (1990), David Gilmore (2011) e Rudolf Otto (2007) para explorar o aspecto sagrado, que, longe de conferir qualidades como as de benignidade à personagem, intensificam seu teratismo; em seguida, os trabalhos de Júlio França e Daniel Augusto P. Silva (2015), Jeffrey J. Cohen (1996) e Margrit Shildrick (2002) fornecem o aporte teórico para o exame da monstruosidade de Maria Santa, identificada em uma sexualidade predatória que ameaça simultaneamente a retidão masculina e a santidade da própria personagem. Assim, pretendemos incluí-la na categoria de um feminino terrível – uma mulher capaz de provocar temor e veneração a um só tempo.

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Como Citar
Alves, L. (2023). DEUSAS, SANTAS E MONSTROS: O FEMININO TERRÍVEL EM FRONTEIRA, DE CORNÉLIO PENNA. Caderno De Letras, (45), 299-312. Recuperado de https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/cadernodeletras/article/view/22150
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Lais Alves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Bacharel em Letras (Inglês/Literaturas) e Mestre em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É integrante do Grupo de Pesquisa Vertentes do Fantástico na Literatura (CNPq/UNESP), coordenado pelo Prof. Dr. Aparecido Rossi. Sua pesquisa interessa-se pela literatura gótica e suas relações com a literatura brasileira dos séculos XIX e XX, com ênfase na obra do autor Cornélio Penna

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