Interculturalidade e decolonialidade do poder: um pensamento e posicionamento "outro" a partir da diferença colonial
Resumo
Resumo: O texto que se presenta a seguir é uma tradução de “Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial”, de autoria de Catherine Walsh, e publicado por primeira vez em Bogotá, em 2007, como capítulo da obra “El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global” [O giro decolonial: reflexões para uma diversidade epistêmica para além do capitalismo global]. Dialogando com autores como Frantz Fanon, Aníbal Quijano, Arturo Escobar e Walter Mignolo, e trazendo experiências do movimento indígena equatoriano, como a Universidade Intercultural das Nacionalidades e dos Povos Indígenas (UIN-PI), Walsh, neste texto, propõe uma reflexão “outra”, que não tenha a instituição acadêmica ou os centros geopolíticos de produção do conhecimento (o norte global) como ponto de partida, mas que vise a uma construção conjunta de saberes, práticas e teorias. Para cumprir com essa proposta, Walsh divide este texto em três pontos, a discutir: (1) Construção da interculturalidade política, ideológica e epistêmica dos movimentos indígenas; (2) Interculturalidade, multiculturalismo e diferença colonial; (3) A “outra” dimensão da interculturalidade: descolonização e transformações sociopolíticas. A tradução deste texto ao português brasileiro e sua publicação nesta revista objetiva não apenas oportunizar o acesso a esses conhecimentos aos que não dominam o idioma espanhol, como também revitalizar esses debates e posicionar-se como prática política, ao defender a escuta atenta do pensamento crítico social proveniente do movimento indígena.Palavras-chave: Interculturalidade; Giro decolonial; Decolonialidade do poder; Movimentos indígenas; Catherine Walsh. Abstract: The following text is a translation of "Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento "otro" desde la diferencia colonial" by Catherine Walsh, first published in Bogotá in 2007 as a chapter of the work “El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global" [The decolonial turn: reflections on epistemic diversity beyond global capitalism]. Walsh dialogues with writers such as Frantz Fanon, Aníbal Quijano, Arturo Escobar, and Walter Mignolo, and brings experiences of the indigenous movement in Ecuador, such as the Intercultural University of Nationalities and Indigenous Peoples (UIN-PI). In this text, she proposes a reflection on the “another,” which do not have academic institutions or geopolitical centers of knowledge production (the global north) as a starting point, but that aims a collaborative construction of knowledge, practice, and theory. To this end, Walsh divides this text into three items to be discussed: (1) The construction of political, ideological and epistemic interculturality of indigenous movements; (2) Interculturality, multiculturalism and colonial difference; (3) “Another” dimension of interculturality: decolonization and socio-political transformations. The translation of this text to Brazilian Portuguese and its publication in this journal aim not only to offer access to these information to those who are not proficient in Spanish, but also to revitalize these debates and to turn them into political practice, by arguing for a careful listening of the social critical thinking coming from the indigenous movement.Keywords: Interculturality; Decolonial turn; Decoloniality of power; Indigenous movements; Catherine Walsh. Sumário: Introdução. 1. Construção da interculturalidade política, ideológica e epistêmica dos movimentos indígenas. 2. Interculturalidade, multiculturalismo e diferença colonial. 3. A "outra" dimensão da interculturalidade: descolonização e transformações sociopolíticas. Referências.
Publicado
2019-09-01
Seção
Artigos