Retomando identidades, refazendo memórias e futuros indígenas
Resumo
Tendo como base o episódio Corpo-território, de Mulheres, cidades, territórios (3ª temporada do podcast Ningún Lunes Sin Pensar), este ensaio versa sobre ser uma pessoa indígena urbana no Brasil a partir da experiência da artista e ativista Katú Mirim. Com Katú e outras vozes evocadas ao longo deste ensaio, passamos pelo sequestro de pessoas indígenas; pelo esforço etnocida de apagamento de indigenidades pelo Estado brasileiro; pelo termo pardo enquanto uma tecnologia estatal epistemicida, e que, complexo e lenticular, tem sido evocado por diferentes pessoas para falar sobre experiências de multirracialidade; pelo enfrentamento ao racismo que aponta e faz desigual os corpos não-brancos. E, em especial, versaremos sobre experiências de retomada de identidades indígenas como processos de reconstrução de memórias a partir de fragmentos da história da migração forçada de pessoas indígenas – pistas e rastros que apontam para algum fracasso de políticas assimilacionistas e genocidas.