ECOS DA SUBMISSÃO:A NARRATIVA DA OPRESSÃO DA MULHER NOS CONTOS DE MOACYR SCLIAR EM “AI, MÃEZINHA QUERIDA” E “HISTÓRIA PORTO-ALEGRENSE”

Resumo

A história das mulheres é marcada por sua subjugação e marginalização; diante do homem, senhor do espaço público, o feminino é relegado exclusivamente às atividades reservadas ao local privado - cumprindo os papéis de esposa e mãe. À vista do local a elas designado, a impossibilidade de questionamentos acerca das escolhas masculinas, foi o único caminho viável. Nesse sentido, o presente artigo visa analisar a construção das personagens-narradoras dos contos “Ai, mãezinha querida” e “História porto-alegrense”, publicados na obra O anão do televisor (1979), de Moacyr Scliar. Objetiva-se, com isso, demonstrar que as personagens de Scliar aqui analisadas são sujeitos silenciados frente aos valores de uma sociedade calcada nos princípios do patriarcado, em valores que privilegiam o masculino, de maneira que lhes é negada uma real escolha sobre o seu próprio destino, sua própria história, estando essa sempre amarrado ao do homem. Para tanto, a discussão partirá das contribuições teóricas de Simone de Beauvoir (2009), Teresa de Lauretis (1990) e Rita Schmidt (2012).