A evangelização falada e escrita: notas sobre escrita e oralidade eclesiástica no Brasil do século XVIII

  • Eduardo Santos Neumann Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGH/UFRGS)
  • Max Roberto Ribeiro UNISNOS/ Doutorando PPGH - Bolsista CAPES/PROSUP

Resumo

Neste artigo, apresentam-se notas de pesquisa sobre os usos da escrita e da oralidade na evangelização desenvolvida pela Igreja Católica no Brasil do século XVIII. Mostra como clérigos utilizavam destas formas de linguagem tentando exercer controle sobre o mundo social. Demonstra algumas características dos usos da escrita pelos padres, como forma de exercer poder sobre as populações coloniais. Apresenta, sobre este aspecto, a utilização das certidões batismais, pela Igreja, que visava construir uma memória escrita e arquivística capaz de dar aos clérigos informações sobre seus fregueses, o que possibilitava acompanhar a trajetória de cada um dentro do catolicismo. A oralidade, por seu turno, era utilizada na evangelização no decorrer das missas que eram provavelmente acompanhadas pelas cerimônias batismais. Os padres assumiam papel de oradores e a evangelização pela palavra falada poderia tomar curso amplificado, uma vez que, a oralidade possuía maior difusão do que a escrita durante o período colonial.

Biografia do Autor

Eduardo Santos Neumann, Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGH/UFRGS)
Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGHIS/UFRGS),  História pelo PPGHIS (UFRGS), e Doutor em História Social pelo Programa de Pós Graduação em História Social/ UFRJ. Desenvolve os seguintes projetos de pesquisa: a) Escrita e poder no rio da Prata- séculos XVII-XIX; b) Os índios e a Revolução Farroupilha (c.a1831-1851); c). A Colônia de Sacramento e as populações indígenas: guerra e classificação colonial na fronteira americana dos Impérios Ibéricos. Entre seus temas de pesquisa, destacam-se: História indígena, História social da cultura escrita e História da América hispânica.
Max Roberto Ribeiro, UNISNOS/ Doutorando PPGH - Bolsista CAPES/PROSUP
Graduado em História pelo Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Atualmente é doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale dos Sinos – UNISINOS. É bolsista CAPES/PROSUP. Desde a graduação, desenvolve pesquisa na área da História dos índios na América Colonial. O mote central de seus estudos são as populações guaranis dos séculos XVIII-XIX.
Publicado
2015-07-01
Seção
Artigos