A fábrica da história: do “acontecimento” à escrita da história as primeiras escolhas gregas
Resumo
O artigo trata da origem da história na epopéia, ou melhor, na ruptura com a epopéia, quando o mundo deixa de ser épico, quando se coloca o problema herodoteano de falar do passado não mais baseado na autoridade das Musas, mas na investigação. Na epopéia, o poeta falava em verso do passado que lhe era revelado pelas Musas; na história, o historiador discorre em prosa sobre o passado, do qual ele sabe por ter visto ou sido informado. Discorda de Hannah Arendt, que via o nascimento da história no relato da tomada de Tróia, feito por Demódocos na Odisséia, pois, para ela, a presença de Ulisses, lá na tomada de Tróia, e aqui, no relato dessa tomada pelo aedo, seriam a prova de que o fato realmente aconteceu. F. Hartog, entende que os agentes envolvidos no relato da tomada de Tróia (Ulisses, o aedo e o público) estão todos ainda inseridos no sistema de crença na onisciência e onivisão das Musas que revelam a verdade do que aconteceu aos aedos; no entanto, aponta a singularidade desse momento da épica grega em que o Demódocos “poeta-cantor” justapõe-se ao Demódocos “historiador”, apontando para a futura operação historiográfica que virá com Heródoto.
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