FERROVIÁRIOS BRASILEIROS: MUITO ALÉM DO FIM DA LINHA (1950- 2000)
Resumo
A malha ferroviária brasileira, que tanto motivou o retorno da iniciativa privada ao setor na década de 1990, difere, e muito, daquele conjunto de empresas deficitárias encampadas meio século antes. Dentre os fatores que atraíram o retorno do investidor privado ao setor estava o fato de que em 1990, a RFFSA, por exemplo, transportava seis vezes mais cargas do que transportara no ano de sua fundação, em 1957; ao mesmo tempo em que esta empresa havia reduzido em quase 70% a força de trabalho por ela empregada, no mesmo período. Acontecimento similar estava ocorrendo na Ferrovia Paulista SA (FEPASA), no período entre 1971, ano de sua fundação, e 1995, ano que antecede à sua “privatização”. O objetivo neste artigo será analisar alguns dos principais fatores que levaram à redução do emprego no setor ferroviário e a relação deste fenômeno com a “reprivatização” do setor na década de 1990. Afinal, será queexiste uma relação direta entreo desmonte de parcela das ferrovias brasileiras, demissão dos ferroviários e o processo de reconcessão realizado na década de 1990? A argumentação apresentada neste trabalho é que após a completa estatização do sistema ferroviário entre as décadas de 1940/1960 o Estado (em âmbito federal e estadual) executou uma série de ações que “racionalizaram” o funcionamento do sistema ferroviário brasileiro. Medidas tais como a erradicação das linhas, redução na quantidade de passageiros transportados, dentre outros serviços, acarretaram, por consequência, diminuição na quantidade de ferroviários empregados; embora tenha ocorrido enorme aumento no total das cargas transportadas. A volta dos investidores privados ao setor parece ser um elemento a mais a contrariar a tese de suposto empreguismo ou de baixa produtividade dos ferroviários brasileiros, sob a gestão pública.Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
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